20 de julho de 2014

FÉRIAS - GERÊS 2014



Uma certeza e uma dúvida!

A certeza? Para estes cinco dias de férias, tinha uma única certeza: usar como meio de transporte a Yamaha XJ900 Diversion (para os amigos, apenas Xijota).

Quanto à dúvida…  qual seria o destino destas férias?

Ali na gaveta, tenho muitos planos de viagens que quero fazer, no entanto, existiam duas viagens que estavam empatadas em primeiro lugar: Gerês e Gibraltar.
Depois de pesar os prós e os contras, principalmente ao nível de despesas decidi que Gibraltar ficará para outra altura. 

Assim sendo e depois de ter comprado uns excelentes Alforges da Kappa (viajar com a "Maria" tem destas coisas) verificado o nível do óleo, a pressão dos pneus e atestado o depósito da Xijota com gasolina de 98 octanas, eis que estamos preparados para dar início a estes cinco dias de férias:


Dia 1 (Segunda-Feira, 7 de Julho)


Nove horas da manhã, Xijota fora da garagem, com os quatro pistons a bater compassadamente enquanto vão aquecendo as entranhas do motor, alforges e top-case, cheios até às orelhas e eis-nos prontos a seguir viagem.

No céu, algumas nuvens teimavam em manter-se por cima de nós, mas como as previsões meteorológicas eram favoráveis  (tal como se veio a concretizar) lá seguimos em direção à A8, tendo como primeiro destino a Figueira da Foz.

Andamento muito calmo, com o ponteiro do velocímetro a bailar entre os 100 e os 120 km/h, com alguns picos de 140, para ultrapassar um ou outro automóvel.
Tudo tranquilo a bordo e o conforto desta “GT” a fazer-se notar. Posição de condução nada cansativa, assente largo e confortável, bom posicionamento de pernas e pelo menos para mim, apenas o guiador poderia estar um “niquinho” mais alto. 
Quanto à pendura e em relação ao conforto e posição, apenas posso dizer que nuca reclamou de nada, o que só evidência ainda mais as qualidades turísticas desta moto, pois viajando noutras motos e até mesmo na “Valentina”, mais tarde ou mais cedo, o desconforto fazia-se sentir, ou devido à posição da pernas ou do conforto do assento.



Algures, a meio da A8 uma rápida paragem numa área de serviço para esticar as pernas e ver se os alforges estavam no mesmo local e siga para bingo, aliás, para a Figueira da Foz.






Na Figueira da Foz, parámos aqui e ali para tirarmos umas fotos e seguimos em direção a Coimbra (pela N111), onde almoçámos uns deliciosos bifinhos de peru com cogumelos.




Entretanto, ainda em Coimbra, eis que a Dulce, a descer um passeio, torce um pé. Como da última vez que ela torceu um pé… andou 15 dias de muletas, ficámos logo em estado de alerta.

Depois do almoço, decidi fazer o percurso até ao Porto pela autoestrada (A1), de forma a chegarmos ao Porto cedo e assim ficarmos com tempo livre. Aliás, o destino era Gaia, onde ficámos a primeira noite num hotel já nosso conhecido, o Parque Hotel.


Como o pé da Dulce começava a ficar ligeiramente inchado, fomos então à procura de uma farmácia para comprarmos um gel, que acompanhado pelo milagroso "Voltaren", tratou da mazela pois se, no dia seguinte ainda doía, no terceiro dia de viagem, estava como novo.
Para os que viajam, façam como eu, levem sempre "Voltaren"! 

Como estava combinado e também como já é tradição sempre que venho ao Porto, o casal Arauto (Bárbara e António), administradores do Clube Maxiscooters do Norte e grandes amigos, vieram ter connosco ao hotel e serviram-nos de cicerones durante o resto do dia.





Assim, lá seguimos nós a bela e reluzente Suzuki Burgman 650 dos Arautos até à zona das Pedras Amarelas, praia de Lavadores.
Como sempre acontece quando bons amigos se encontram, a conversa rola e quando demos conta, já estava na hora de jantar. 



Seguimos então para o Restaurante Grelhados do Candal que, como bom restaurante que é, a comida era ótima e as doses, “cum caraças”, quase que posso dizer que uma dose dá para… três pessoas, algo que se iria repetir praticamente em todos os locais onde comemos, ou não estivéssemos no Norte, carago! 


Dia 2 (Terça Feira, 8 de Julho)

Sete e meia da manhã, abre-se os estores e… está a chover? Mau,
 mau Maria! “Sinhores” do tempo, então como é?
Fato de chuva não havia e apenas os blusões nos poderiam proteger da chuva. Descemos à garagem, montar alforges, aquecer o motor, levar a Xijota para a porta principal do Hotel e fazer o check-out e… o céu continua muito nublado e aqui e ali, caiam uns borrifos.
Bom, pensei eu, do mal, o menos, se forem só estes borrifos não estamos mal de todo.







Seguimos em direção ao centro do Porto, mais concretamente até à rua de Santa Catarina, pois trazíamos a missão de ali comprar uns ténis para a filhota, que custaram quase metade do preço que custavam em Lisboa!







Demos uma volta por ali, visitamos o histórico (e caro!) Café Majestic, tomámos o pequeno-almoço e estava na hora de seguir viagem tendo como destino a Vila do Gerês.

Xijota apontada à A23, velocidade de cruzeiro a rondar os 140 km/h e… num instante passámos por Braga, apanhando então a N23 tendo como destino o Parque Nacional Peneda-Gerês.

Já me esquecia: quanto ao tempo, dos borrifos, rapidamente se passou para um céu limpinho e uma temperatura bastante mais agradável.




Almoço na pequena povoação de Cerdeirinhas, no Restaurante Martins, que aconselho, tanto pela qualidade da comida (Vitela assada no forno) como também pelo atendimento.

Poucos quilómetros, lá estava o que nos levou a fazer 400 km: O Gerês!





Todas as palavras são poucas para descrever o que realmente é o Gerês! Magnifico? Sim! Deslumbrante? sim! Sublime? Sem dúvida!
Não existe um adjetivo capaz de nos transmitir a verdadeira essência deste local e principalmente aquilo que nos transmite. Só mesmo visitando!

Fomos parando, aqui e ali, nem que fosse apenas por breve momentos, saboreando o que a vista nos permitia alcançar! Desligar o motor da Xijota e ficarmos apenas ali, parados, a “ouvir” o silêncio, contemplando…


Seguimos viagem, primeiro em direção a Vilar da Veiga e depois ao nosso destino, a Vila do Gerês, rodando devagar, muito devagar, sentindo que o passar por ali, a velocidades mais elevadas seria contra natura, pois dessa forma não poderíamos absorver toda aquela paisagem magnífica!
A rua principal da pequena vil do Gerês, faz lembrar muitas outras ruas de localidades onde existem termas. 

De repente parecia que estávamos em S, Pedro do Sul. No entanto, olhando mais além, a paisagem é simplesmente, “esmagadora”!



Ora bem e onde fica o Hotel Adelaide, local onde iríamos ficar por duas noites? Fácil, bastou seguir as placas e rapidamente encontrámos o hotel que fica situado numa das encostas da vila, com uma vista espetacular. 




Da varanda do quarto era possível ver, por exemplo, lá bem no alto da montanha, o local onde estava situado o Mirador da Pedra Bela, que iríamos visitar no dia seguinte.

Quanto ao hotel, mais uma vez a hospitalidade do Norte no seu melhor. Quarto grande, limpinho, uma vista magnífica, grande simpatia de todos os funcionários, sempre muito prestáveis e atentos, tal como deve ser.

Com a Xijota estacionada no parque do Hotel, e a trouxa no quarto, como ainda era cedo, fomos em descoberta da vila, calcorreando as suas ruas, tirando fotos aqui e ali e até deu para provar a água das Termas, com reconhecidos efeitos terapêuticos, sendo a que possui maior pH (9,1) e a quem contém maior quantidade de fluor, na sua composição (14 mg/L).
Provei e… é inodora, quente e praticamente não tem sabor. 
Quanto ao bem que faz, é aconselhada para quem sofre de hipertensão, diabetes, obesidade, fígado, vesícula, produzindo também efeitos bastante positivos em pessoas que padecem de anorexia, depressões, stress e fadiga, reumatismo, má circulação, etc.






A Vila do Gerês vive basicamente das pessoas que visitam as as termas e também dos muitos turistas que visitam o Parque Peneda-Gerês. Por isso, não é de admirar a quantidade de hotéis, pensões e residenciais ali existentes.



Voltámos para o Hotel, a tempo de devorar umas deliciosas “fêveras” enquanto víamos a Alemanha a “devorar” o Brasil.


Dia 3 (9 de Julho)

Que a paisagem à nossa volta era arrebatadora, já sabíamos. No entanto queríamos mais e por isso, às 8h30 já estávamos a tomar o pequeno-almoço e antes das 9 horas, já a Xijota estava pronta para nos levar a desbravar o Gerês. 
Aconselhados pela simpática rececionista do Hotel, seguimos em direção à Portela do Homem, fronteira com Espanha.



Mal saímos da Vila a estrada diminuiu de largura, praticamente para metade e as curvas tornaram-se mais reviradas… tão reviradas que pouco faltava para que algumas tivessem um ângulo de… 360 graus! Sim, é verdade, eram, tão retorcidas, tão apertadas que, mesmo de moto, algumas delas tiveram de ser feitas em primeira velocidade e com extremo cuidado, pois arriscava-me a não conseguir passar à primeira. 
A paisagem, a vegetação à nossa volta, com água a borbotar de todos os cantos e recantos, deixavam-nos sem palavras. 
Lá fomos nós rodando muito devagarinho, a baixa rotação, tentando que nem o murmurar dos dois escapes da Xijota, pudessem de alguma forma incomodar o ambiente que nos envolvia, isto depois de termos passado pela “portagem”, onde uma placa informava os visitantes que íamos atravessar a zona considerada pela Unesco, Reserva Mundial da Biosfera e que para o fazermos, tínhamos de pagar 1,50 €, quantia para ser usada na conservação deste local. 
Felizmente fomos cedo e os “portageiros” ainda não se encontravam no local (as “portagens funcionam das 11 às 18 horas).

Mal passámos as “portagens”, o dia fez-se noite e a temperatura baixou drasticamente, isto devido à densidade da vegetação que envolvia a estrada, não se vislumbrando sequer o céu. Fantástico!



A miscelânea de tonalidades de verde, os cheiros, aqui e ali acompanhados pelo som da água das inúmeras cascatas que vamos encontrando, fazem com que nos sintamos “pequeninos” perante o que ali natureza nos oferece.
Se realmente existe, o Paraíso deve ser muito parecido…
Já agora, convém informar que nestes três quilómetros de estrada é proibido parar. É um percurso para ser efetuado a baixa velocidade, mas sempre a andar.




Chegámos à Portela do Homem onde parámos por breves minutos, para tirar algumas fotos e seguimos em direção a Espanha, mais concretamente até à pequena povoação de Lobios, que fica apenas a cinco quilómetros de distância, para visitarmos as lagoas de água quente. 








Aqui vamos encontrar o “Balneário Lobios Caldaria”, onde são usadas as águas quentes das lagoas (que em alguns locais chegam a atingir os 60 graus centígrados!) para os mais variados tratamentos: sistemas respiratório e digestivo, doenças da pele, diurética e até tratamentos estéticos e anti stress.

Infelizmente fomos encontrar uma família de portugueses que se banhavam por ali. Tudo estaria bem se não tivessem em cima da carrinha que os tinha levado até ali, um aparelho de som alimentado por uns pequenos painéis solares, a debitar, umas atrás de outras, músicas do Toni Carreira estragando por completo o ambiente! 



Como tínhamos ainda muito para explorar, rapidamente fizemos o caminho de regresso a Portugal e... ao chegarmos outra vez à “portagem”, desta vez não nos safámos! 



Lá estavam dois simpáticos portageiros e após dedos de conversa e muita risota, pagámos com todo o gosto os 1,50 € e fizemos, o caminho de regresso, com toda a solenidade que aquele local nos transmite e merece.

Mais curvas e curvas, incluindo as tais feitas em primeira e já quase na Vila de Gerês, lá estava a placa a indicar-nos o nosso o próximo destino: 
o Miradouro da Pedra Bela.

Lá vai a Xijota, curva após curva, montanha acima, até ao Mirador mais famoso do Gerês. 

Que vista! Este é um dos locais que aconselho a não perderem por nada, quando vierem para estas bandas. 



Dizem as gentes locais que da Pedra Bela, quando os dias estão limpos, se consegue ver o Bom Jesus de Braga. Sinceramente não acredito mas… até onde a nossa vista consegue alcançar é simplesmente maravilhoso! 
Estamos perante mais um daqueles locais onde somos “obrigados” a passar largos minutos num total deslumbramento. 



É engraçada a forma como os sons da vila, lá muito em baixo, se propagam montanha acima e chega até nós quase tão nítido e audível, como se estivéssemos lá em baixo.




Mais uns quilómetros de curvas e um trecho de estrada de terra batida em mau estado e eis que chegámos à cascata do Rio Arado, onde apenas estivemos meia dúzia de minutos. Ok, é bonito, mas, depois do que tínhamos visto até aqui… é uma cascata vulgar. 



Siga para o próximo destino! Mas antes, tínhamos de almoçar e posso dizer que foi o pior local onde comemos. 
Um sítio banal, assim como banais (e secos!) foram os rojões que nos serviram. 

Salvaram-se as “Enpriais”! 

Nem me lembro do nome do restaurante… se fosse bom, de certeza que me lembraria!




Com bom piso pela frente e umas curvas deliciosas, num instante chegámos a S. Bento da Porta Aberta, mas após conferenciar com a Dulce resolvemos seguir viagem tendo como destino a barragem de Vilarinho das Furnas, lá bem em cima, para tentarmos chegar perto do local onde está submersa a Vila de Vilarinho das Furnas. 
Esta, foi a primeira aldeia a ser submersa em Portugal, devido à construção de uma barragem. Infelizmente e já junto à barragem teríamos de prosseguir através de um caminho de terra, em mau estado e que se encontrava encerrado.




Foi também aqui, ainda quando seguíamos em direção à barragem, que logo a seguir a uma curva fechada, tivemos quase um encontro imediato com uns Garranos (raça de equídeos que habita atualmente e em estado semi selvagem, as zonas da serra do Gerês) que pastavam tranquilamente à beira da estrada. 
Felizmente nem eles e nem nós nos assustámos e ficámos durante alguns instantes a apreciar tão belos animais, mais pequenos que os cavalos comuns, mas de porte majestoso. Eram três adultos e um potro.








 


Regressámos então a S. Bento da Porta Aberta, onde ficámos um bom par de horas, tempo gasto a visitar tanto a igreja velha, como a nova – obra grandiosa, que ficou concluída em 2002 – e áreas circundantes onde, de um terraço e para a alegria de muitos visitantes que por ali andavam, se consegue avistar a célebre moradia que o Cristiano Ronaldo tem algures naquela zona.

Depois da visita e como estava calor, nada melhor que descansar e degustar um delicioso “Magnum Sandwich”, na esplanada situada mesmo à frente das duas igrejas.

E tal como acontece na maioria das viagens que faço, mesmo que seja até ao “cu de judas”, eis que às tantas, ouvimos uma buzina e… era um conhecido nosso de Linda-a-Velha, que também estava de férias no Gerês. O mundo é mesmo pequeno!



Com o cair da tarde, foi o regresso ao hotel, para um saboroso banho e comer qualquer coisa, o que neste caso, foi uma simples omeleta mista que tal como tudo o que é servido por estas bandas, era enormeeee!


Dia 4 (10 de Julho)

Oito horas da manhã, levantar, arrumar tudo bem arrumadinho, tomar pela última vez o pequeno-almoço no hotel, fazer o check-out, montar os alforges na moto, tendo sempre o devido cuidado para que não toquem nos escapes da Xijota. 


Descer até ao centro da vila para comprar uns “recuerdos”.
Compras efetuadas e estava na hora de seguir viagem em direção a Guimarães, passando primeiro pela Póvoa do Lanhoso, sempre por estradas nacionais.





Uma paragem no “berço” de Portugal para esticar as pernas, tirar as fotos da praxe e “matar” a sede pois o calor já apertava e seguimos em direção a Amarante, pela N15. 

Já passava das 13 horas quando chegámos ao centro de Amarante, mais que horas de atestarmos os nossos “depósitos”, assim como o da Xijota, pois a luz da reserva já vinha a piscar há algum tempo, sinal que estava com “fome”.
Para nós jardineira e para a Xijota umas litradas de 98 octanas.



Papo cheio (deliciosa jardineira de vitela) e toca a seguir para aquela que é, para mim, uma das mais belas regiões, deste cantinho à beira-mar plantado: o Douro Vinhateiro.







Mesão Frio, Peso da Régua e Régua, que maravilha. Parámos diversas vezes, ou para fotografar, ou simplesmente contemplar as curvas do rio Douro, sempre rodeado de vinhas a perder de vista.

Claro que com estas paragens todas, as horas passam e como o nosso destino, Arganil, onde iríamos pernoitar, ainda se encontrava bastante longe, decidi desta vez abandonar as estradas nacionais e seguir pela A24 até Viseu, seguindo depois pelo IP3 até à saída para Arganil.

E como a Xijota, já estava farta de andar a baixa velocidade, foi a altura certa para “tirar o carvão”(sem excessos, pois claro…) e puxar pelos seus 90 cavalinhos.
 Ponteiro do velocímetro colado nos 160 e que maravilha. 
O trabalhar certinho do motor, o som gorgolejante dos quatro carburadores e o ronco baixo e grosso dos dois escapes, é a mais bela sinfonia para quem realmente gosta de motos.
 Podem colocar escapes xpto nas monocilíndricas, bicilíndricas e até tricilíndricas, mas o som de um quatro em linha, mesmo com os escapes originais, é outra coisa! 

Curvas rápidas onde, sem tirar punho se saí à mesma velocidade com que se entra, já com bons ângulos de inclinação, três faixas de rodagem à nossa disposição, pois o tráfego por aquelas bandas é praticamente inexistente e sempre com o maior dos confortos pois, apenas quando estávamos a chegar a Viseu é que a Dulce se queixou da força que vinha a fazer com o pescoço. Pudera, tantos quilómetros a 160 km/h dá cabo dos músculos do pescoço de qualquer um, até do meu!



Já em Arganil, só nos faltava fazer mais 7 quilómetros, até à pequena aldeia de Celavisa, onde ficámos a dormir.

Aconselhados por uma prima da Dulce, fomos jantar ao restaurante Encosta da Seara que fica em Góis, na avenida principal, quase à frente do Posto da GNR. 



Optámos por escolher uma pizza e posso dizer que foi das melhores que comi nos últimos tempos. Massa fininha e crocante como aprecio e muito bem recheada! Bom e barato. 



É um restaurante que aconselho a todos, que como eu vão a Góis, para a concentração de motos que ali se realiza anualmente.


Dia 5 (11 de Julho)

E como o que é bom acaba, estava na hora de voltar para casa pois chegaram ao fim estas miniférias.

Saímos de Celavisa pelas 9 horas da manhã, passando por Arganil, onde parámos para tomar o pequeno-almoço e fazer uma rápida visita a uma amiga.



Apontei então a Xijota em direção à velhinha Estrada das Beiras (que adoro!), que agora se encontra praticamente deserta, (muito por culpa das novas vias que entretanto foram construídas) percorrida até Coimbra, onde ainda fomos visitar uns primos que já não via há bastante tempo. 





Depois, seguimos pela Nacional em direção a Lisboa, percurso efetuado nas calmas, com a obrigatória paragem no Manjar do Marquês para saborear o belo panado, acompanhado pelo arroz de tomate e o tradicional leite-creme queimado.

Apesar de termos andado os 200 km que separam Coimbra de Lisboa, num ritmo normal (se fosse sozinho as velocidades praticadas seriam outras…), aqui e ali deu para ver, uma vez mais, a grande vantagem que é conduzirmos uma moto de alta cilindrada e com um bom binário. 
Para muitos, uma moto com muitos centímetros cúbicos, ou cavalos de potência, é sinónimo de altas velocidades e para outros, como eu, é acima de tudo segurança acrescida, tanto nas ultrapassagens que são feitas rapidamente e com toda a segurança, como naquelas alturas onde, basta “meter uma abaixo”, ou rodar o punho com mais convicção, para nos safarmos de situações que com uma moto de baixa cilindrada podiam ser bastante perigosas!

Conclusão:

Cinco dias e 1235 km depois apenas posso dizer: foi ótimo!

Visitámos aquela que é, provavelmente, uma das zonas mais belas de Portugal, juntando a ótima cozinha nortenha assim como a típica hospitalidade das gentes destas terras, tornando esta viagem de apenas cinco dias, numa das melhores que fiz até hoje.



Falando um pouco da moto, a Yamaha XJ 900 Diversion e sendo esta a primeira grande viagem efetuada com ela, apenas posso dizer que é tudo aquilo que eu queria que ela fosse, ou seja, quando a comprei foi exatamente com a intenção de ser usada para viajar e não desiludiu em nada. 

Grande conforto (tanto para condutor como pendura), grande capacidade de carga, um excelente comportamento em estrada (abençoado Ohlins traseiro!) e acima de tudo um propulsor perfeito para este tipo de utilização: redondinho, suave, boas baixas (capaz de rodar em 5ª velocidade a apenas 50 km/h sem se queixar) e sempre que é preciso puxar por ela não se faz rogada.

Quanto aos consumos estão dentro do que é normal (consumos entre os 5,95 e os 7,1 litros, por cada cem km percorridos) para este tipo de motor, clássico – quatro cilindros e o mesmo número de carburadores – que teve de puxar pelo seus 260 kg de peso (com depósito atestado), mais 160 kg dos dois passageiros, fora o peso da topcase e dos alforges completamente cheios. Aprovada!

Quanto ao que se gastou nesta viagem, três noites em hotel, refeições diversas, fora os extras (águas, gelados, etc.), combustível, portagens e ainda uns “recuerdos”, posso dizer que 500 euros chegaram e sobraram. 

Agora que já fui ao Gerês de moto, está na hora de comprar um novo mealheiro para começar a encher… para a próxima viagem!

Ando cá com umas ideias…

Carlos Veiga (2014)


2 comentários:

  1. adorei o relato da viagem, muito bom mesmo, fotos, texto, até dá vontade de pegar na mota e fazer o mesmo!
    uma pequena curiosidade, a mota é de 1998 e a matricula de 2009?
    Abraços
    Jorge Medeiros
    Seia-Serra da Estrela

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    1. A Yamaha XJ900 Diversion foi fabricada entre 1994 e 2004, sofrendo ao longo destes anos poucas alterações, sendo as mais importantes e que estão presentes na "Xijota", as luzes de emergência (4 piscas), autocolantes laterais em relevo, revestimento do assento diferente e um espetacular amortecedor traseiro da marca Ohlins que foi montado de origem, nas ultimas unidades desta moto. A Xijota é de 2004, mas foi vendida e matriculada, apenas em 2009, tendo estado estes anos encaixotada no armazém da Yamaha Portugal.
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