12 de novembro de 2013

Carro do Mês de Novembro – Toyota Auris Touring Sports 1.8 HSD Exclusive



A carrinha do Século XXI


Desde 2007, ano em que foram vendidas as últimas unidades da “carrinha” Corolla, a Toyota não possuía na sua gama um veículo com estas características, pois o Auris tinha nascido órfão. 
Com a apresentação de nova geração do Auris, eis que também chega até nós a Auris Touring Sports 1,8 HSD, que esmiuçamos até ao tutano, aqui no “Carro do Mês” de Novembro.


Quando levantamos a Auris nas instalações da Toyota, no Prior Velho, saltou logo à vista as suas dimensões generosas e as suas linhas modernas e futuristas. Sim, temos de dizê-lo com toda a frontalidade: já lá vai o tempo em que as carrinhas da Toyota, apesar de toda a sua qualidade, tinham aquele aspeto de… veículo de “merceeiro”, sem ofensa para os donos das mercearias e afins que as escolhiam, sabedores das suas qualidades, principalmente ao nível de fiabilidade. Naquela altura e para muitos, uma carrinha Corolla era a substituta perfeita para, por exemplo, a Hiace, isto ficando na própria marca, que tal como dizia a célebre frase, “veio para ficar e ficou mesmo”! 

Com a nova Auris, foi-se o ar de “carro de trabalho” e tal com o seu nome indica, estamos perante uma “Touring” que, apesar de ainda não possuir nenhuma motorização que justifique a 100% a nomenclatura “Sports”, mantém as reconhecidas qualidades deste tipo de veículos e a tradicional qualidade Toyota, acrescentando ainda inovadora tecnologia híbrida, o que faz desta Auris, provavelmente a carrinha mais moderna e avançada do segmento, principalmente nesta versão Exclusive. 


Durante os dias em que circulei com esta Auris, muito recente ainda no mercado e por isso mesmo ainda são poucas as que rodam por aí, muitas vezes fui “assaltado” por pessoas curiosas em ver a nova “carrinha” da Toyota e elogios nunca faltaram, tendo algumas referido que não gostando da traseira do novo Auris “carro”, para alguns demasiado radical, ficaram totalmente apaixonados pela Sports Tourer. E é verdade, é difícil não gostar das suas linhas mistas.
Digo mistas, porque salta à vista que a Toyota tem como alvo, com a junção de dois estilos diferentes de design – asiático e americano –, agradar ao típico cliente europeu. 


Na frente, agressiva, o desenho é mesmo ao gosto europeu, onde sobressai o símbolo da marca, com contornos em azul, indicadora que estamos perante a versão híbrida. 


Se olharmos para a traseira, os genes asiáticos estão bem presentes, muito por culpa do desenho dos farolins traseiros. 


E onde está o tal “estilo americano”, perguntam vocês? Olhem para o seu perfil e digam se não está lá tudo o que o condutor norte-americano gosta? Dimensões generosas e corpo longilíneo e afilado.

Mas não é apenas no exterior que as dimensões são generosas, pois a bordo existe espaço suficiente para que 5 pessoas possam viajar confortavelmente instaladas sem ser, no entanto, a mais espaçosa do segmento. 



O acesso à mala do carro é amplo, assim como também é amplo o espaço disponível (530 L), pois apesar de estarmos perante um automóvel híbrido, o que significa precisar de espaço para as baterias, estas não roubam qualquer espaço à bagageira, em tudo similar às restantes versões, Touring Sports.


Aqui, podemos também contar com diversos alçapões, ótimo para esconder bagagem de pequenas dimensões, além de um sistema de rebatimento dos assentos automático, ou seja, quando precisamos de mais espaço (1658 L), basta carregar num botão e… os assentos, automaticamente, baixam sozinhos o que facilita sobremaneira, sem que seja preciso efetuar diversas “manobras” para rebater os assentos traseiros, como ainda acontece em algumas rivais. 


Contribui também para o conforto sentido a bordo nesta versão Exclusive, os assentos forrados em pele e tecido, assim como o volante e no tablier, todas as zonas mais próximas do condutor e passageiro. 

Infelizmente, aqui e ali, vamos encontrar alguns plásticos de menor qualidade e com algumas arestas que poderiam estar melhor “aparadas. Olhem para a zona inferior das portas, nos pequenos espaços para colocação de objetos e digam-me, se tenho ou não razão. 


Apesar destas ”pequenos” falhas, o certo é que a qualidade de vida a bordo da Auris Touring Sports 1.8. HSD Exclusive, está ao nível de automóveis consideravelmente mais caros, o que demonstra bem quais são as pretensões da marca japonesa, agora que o mercado automóvel a nível global se alterou completamente e onde na Europa, temos assistido a um “downsizing”, por parte da escolhas de quem, pretende adquirir um automóvel novo, não podendo (ou não querendo) agora chegar a veículos de gamas superiores e com um custo mais dispendioso, não querem contudo deixar de conduzir um automóvel de qualidade acima da média, recheado de equipamento e que ao mesmo tempo, “encha o olho”.

E se quanto à qualidade, pouco mais se pode dizer, ou não estivéssemos a falar de um Toyota, o que dizer então acerca do equipamento que recheia esta versão Exclusive? É caso para dizer que não falta nada!

Desculpem, se agora este test-drive se vai torna algo monótono, mas a culpa não é minha. A “culpada” é a Toyota, que encheu esta Auris de tudo e mais alguma coisa, envergonhando outros veículos que custam alguns milhares de euros a mais.


- Espelhos retrovisores exteriores: elétricos, retráteis automaticamente, com luz de mudança de direção integrada, aquecidos e pintados à cor da carroçaria.

- Faróis de nevoeiro dianteiros.


- Camara traseira de ajuda às manobras.

- Luzes de circulação diurna e óticas traseiras em LED. 

- Vidros traseiros escurecidos.

- Sensor de luz e chuva.

- Acabamentos em cromado nos vidros das portas e nas grelhas dianteiras e traseiras.

- Barras no tejadilho.

- Faróis com sistema "follow me home".

Já no interior podemos contar com as seguintes “mordomias”:


- Volante, consola central, apoio de braços e painel de instrumentos com acabamento em pele.

- Ar-condicionado automático “dual zone”.

- Sistema “Smart Entry & Start” (portas do condutor, passageiro e bagageira).

- Espelho interior electrocromático.

- “Cruise control”.

- Sistema de ajuda ao estacionamento "Park Assist" que inclui sensores de estacionamento frontais e traseiros.

- Vidros elétricos nas 4 portas.

- Assentos revestidos a pele e tecido. 

- Assentos aquecidos (condutor e passageiro) e ajuste lombar (elétrico) do assento do condutor.

O que vos disse? Equipamento é o que não falta! 
OK, a lista é extensa e este parágrafo serviu apenas para fazer um pequeno intervalo e ganhar fôlego.
Assim sendo, continuamos a descrever toda a parafernália que equipa que equipa esta Auris, agora em relação ao sistema multimédia e informação:


- Écran tátil de 6.1 "Toyota Touch” que incluí o controlo do iPod e MP3, Bluetooth®, informação de bordo e configuração do veículo e visualização da câmara auxiliar ao estacionamento.

- Comandos áudio e do telefone e reconhecimento de voz no volante.

- Radio CD com 6 colunas com entrada auxiliar USB, aux-in e Bluetooth. 

- Sistema de navegação (GPS).

E ainda, no sempre importante capítulo da segurança, ou não tivesse esta Toyota atingido as 5 estrelas nos testes efetuados pelo Euro NCAP temos o seguinte equipamento:

- ABS com EBD (Distribuição Eletrónica da Força de Travagem)

- VCS (Controlo de Estabilidade do Veículo)

- BAS (Sistema de Assistência à Travagem)

- Assistência ao Arranque nas Subidas.

- SIPA (Assistência ao Estacionamento Inteligente Simplificado)

- Airbags frontais e laterais (condutor e passageiro), de cortina (dianteiros e traseiros) e ainda Airbag de proteção dos joelhos do condutor.

- Assentos dianteiros com Sistema de Proteção da Coluna Cervical (WIL)

- Pedais e coluna da direção retráteis em caso de impacto.

Eu não tinha razão? Tudo e mais alguma coisa!

Sentado no lugar do condutor, facilmente encontramos a posição ideal e dando uma olhadela em redor, gosto do que vejo. Aliás, gosto de quase tudo, menos do relógio que parece pertencer a um Toyota mais antigo e foi ali colocado de forma algo “trapalhona”.

Ora vamos lá então dar um toque no botão do Start, carregando ao mesmo tempo no pedal do travão e nada… não se ouve nada. 


Coloca-se o pequeno manípulo que comanda o sistema de transmissão e-CVT (Transmissão Variável Contínua controlada Eletronicamente) na posição D (Drive) um toque no acelerador e agora sim, avançamos, sempre envoltos num silêncio absoluto. Estranho? Nem por isso ou não estivéssemos a bordo de um Toyota, equipado com o exclusivo sistema híbrido (o mesmo do Prius, mas renovado, nomeadamente em relação ao peso, agora mais leve) que tanto sucesso tem feito por esse mundo fora, principalmente nos países onde se dá maior valor à qualidade ambiental.


Estamos perante a conjugação de um propulsor de 4 cilindros em linha de 1.8 L VVT-i que debita 100 cv às 5200 rpm e um binário máximo de 142 Nm às 4000 rpm e um motor elétrico (motor síncrono de magneto permanente) do sistema HSD (Hybrid Synergy Drive) que produz 36 cv, atingindo em conjunto, a potência máxima de 136 cv, o que permite, segundo a marca, efetuar dos 0 aos 100 km/h em apenas 11,2 segundos e os 175 km/h de velocidade máxima. 

Neste test-drive consegui levá-la até os 180 km/h, marcados no velocímetro, isto em reta e com alguma facilidade ficando com a ideia que, conseguir-se-ão mais uns “pozinhos”.
 Claro que existe sempre a diferença entre o que marca o velocímetro e a velocidade real, mas mesmo assim nota positiva para este manancial de tecnologia!


Não há dúvida alguma! È na cidade cheia de trânsito (quanto mais melhor!) que esta Auris híbrida se sente como peixe dentro de água! 
A sua condução é do mais fácil que existe, pois ao condutor apenas cabe a função de acelerar e travar, sendo o resto efetuado automaticamente. 

As baterias possuem carga? Então nas filas tudo é “eletrificado”, ou seja, nem gasta gasolina e nem polui. 
O silêncio impera, apenas incomodado pelo som das buzinadelas dos condutores mais impacientes, sim dos que estão lá fora noutros automóveis, porque dentro da Auris, é mesmo sem stress! 

A fila anda… um toque no acelerador e…que suavidade… a fila volta a parar, um toque no travão e… ao mesmo tempo que estamos a fazer parar a Auris, o sistema aproveita a energia despendida na travagem para… carregar as baterias! 
Sempre que o nível de carga das baterias desce abaixo de determinado nível pré-estabelecido, entra em ação o motor a combustão que muito rapidamente trata de “dar” carga. Tudo foi pensado e é feito em prol da carga das baterias, ou em manter essa mesma carga a níveis uteis para serem utilizadas sempre que necessário. 


Tudo é inteligentemente controlado pelo HSD cabendo ao condutor apenas a tarefa de conduzir usufruindo do conforto que esta carrinha oferece, assim como da economia de combustível, pois em cidade e em andamento real (nunca ligo aos dados sobre consumos dados pelas marcas, pois na sua grande maioria estão bem longe da realidade!) consegue-se facilmente efetuar consumos abaixo dos 5 L por cada 100 km percorridos (o melhor consumo efetuado durante este test-drive foi de 4,1 L), muito bom se pensarmos que esta Auris Sports Tourer ultrapassa a tonelada e meia de peso! 

Com as baterias totalmente carregadas e enquanto não chegam a meio, podemos sempre utilizar o modo EV, que é o mesmo que dizer consumo e emissões poluentes, ZERO, pois a Auris é propulsionada apenas pelo motor elétrico, durante alguns quilómetros. 

Quanto ao comportamento em estrada, nada de negativo a apontar: curva muito bem, é segura e até mesmo quando “apertamos com ela” não se nega a fazer umas curvas a “abrir” estando, no entanto, sempre presente, que estamos perante uma carrinha mais dada a oferecer aos seus passageiros um conforto acima da média do que um comportamento mais arisco. 


Claro que não vamos a bordo de um automóvel desportivo e nem foi para isso que a Auris foi feita, privilegiando sim o conforto a bordo que apenas é ligeiramente “beliscado” pelo ruído do motor, quando se acelera.
 Explicando melhor, em estrada por vezes a forma como o E-CVT atua, faz com que o motor suba muito de rotação e se, no início até achamos piada, passados alguns quilómetros, deixa de ser engraçado e começa a ser irritante e quanto mais revirada é a estrada que percorremos, mais desagradável se torna. 

Posso dizer-vos que no meu caso e estando habituado às scooters, que na sua grande maioria possuem um sistema básico CVT, até nem me incomodou muito… nas primeiras dezenas de quilómetros, mas lá mais para a frente, sim, confesso, começou a irritar-me até porque, por vezes, parecia que a subida de rotação do motor em algumas situações não era depois refletida na velocidade atingida, ou na rapidez que pretendíamos executar determinada ultrapassagem. 

E em estrada também se ressentem os consumos, prejudicados pelas tais subidas de rotação do propulsor, pois em andamento normal por pouco não se atingem os 7 litros e quando já vamos “atrasados”… este valor consegue ser ultrapassado.


Para terminar este test-drive tenho de fazer especial referência ao SIPA (Assistência ao Estacionamento Inteligente Simplificado) montado de série nesta versão Exclusive: quando ativado, este sistema, através da câmara traseira e dos diversos sensores colocados nos flancos dianteiros e na traseira da Auris, identificar espaços de estacionamento em paralelo, onde a Sports Tourer caiba. 
Quando encontra esse espaço, o SIPA conduzirá automaticamente a manobra de estacionamento cabendo ao condutor a função de controlar a velocidade com que essa manobra é efetuada, através do acelerador e travão. 
Para estacionar, mesmo para os menos dotados nestas coisas de parquear o automóvel, não existe nada mais fácil e posso garantir-vos que, quando a leitura pela SIPA é feita de forma ideal, a Auris cabe nos lugares mais apertados e… logo à primeira tentativa!


Para terminar, resta referir que a Toyota Auris Touring Sports 1.8 HSD Exclusive, tem um preço de 29.035,00 € e pode ser adquirida num qualquer concessionário da marca.

Ficha Técnica

Motor a combustão – 4 cilindros em linha, 16 válvulas, VVT-i
Cilindrada – 1798 cc
Potência – 100 cv às 5300 rpm
Binário Máximo – 142 Nm às 4000 rpm
Motor elétrico - Síncrono de magneto permanente.
Potência – 36 cv
Bateria - Hidretos metálicos de níquel
Nº de módulos - 28
Voltagem Nominal – 201,6 V
Capacidade da Bateria – 6,5 (Ah/Horas)
Transmissão – e-CVT (Transmissão Variável Contínua controlada Eletronicamente)
Velocidade máxima – 175 km/h
Aceleração 0-100km/h – 11,2 segundos
Travões
Frente – Discos ventilados
Trás – Discos maciços
Suspensão
Dianteira - Tipo McPherson
Traseira – Triângulos sobrepostos
Capacidade do depósito de combustível – 45 L
Pesos
Tara – 1540 kg
Peso bruto – 1865 kg


Avaliação

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Carlos Veiga (2013)


1 comentário:

  1. Carrinha com uma imagem de excelencia, pessimamente servida por um motor 1.4D e com um custo bastante razoavel para o motor que tem nesta versão.

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