Assim sendo, vamos ao que interessa:
Olhando para esta Maxi-trail confesso, gostei, da mistura de estilos, pois ali algures vislumbrei detalhes daquela que foi (e acho que ainda é!) a moto com o maior motor monocilindrico comercializado em série.
Estou a referir-me à BIG DR 800, moto imponente e ultra fiável que tanto sucesso algures entre a década de 80 e 90.
No entanto, ao contrário da DR, o desenho da nova V-Strom 1000 é bastante mais leve, com linhas fluídas, agradáveis à vista e modernas.
Sinceramente, estava à espera de uma moto "grande" e achei que as dimensões desta máquina são muito bem proporcionadas e de fácil acesso, principalmente para os menos experientes em motos mais potentes, pois entre as muitas pessoas que a experimentaram, deu para perceber que para alguns foi uma estreia aos comandos de uma moto com motor bicilíndrico em V (90 graus) de 1037 cc e que debita 99 cv às 8000 rpm, para um peso de 226 kg (depósito leva 25 litros).
Sento-me nesta "Suzy" e talvez por estar habituado aos 250 kg da minha XJ 900, acho-a relativamente leve, e acima de tudo muito equilibrada, pois consigo balançá-la (com ela parada) com a maior das facilidades.
Chave da ignição ligada um toque no botão do start e eis que os dois canecos iniciam a sua labuta, ronronando suavemente, quase sem vibrações, o que para um motor deste tipo é muito bom, e pronto a fazer rotação ao mais ligeiro toque no acelerador e... toca a ir dar uma volta, pois já sentia nas minhas costas alguns olhares críticos, como que a dizerem "deixa-te lá de merdas e vai lá mas é andar com isso!"
E assim fiz. Primeira engrenada, e arranque a baixa rotação, dócil, sem solavancos.
Saída das instalações da Migtec em direção à via rápida, nas calmas, pois além do motor ainda não estar devidamente aquecido, também os pneus não estavam e aquelas rotundas de alcatrão branco e vidrado ali nas proximidades não são de confiança.
Entro na via rápida e... em menos tempo que levam a ler este parágrafo, já eu tinha levado a V-Strom 1000 branquinha a esgotar a terceira velocidade com o velocímetro digital, de excelente visibilidade a marcar uns bastante expressivos 170 km/h!
Será que vi bem?????
Bom, estava muito vento e foi meter as restantes mudanças de seguida, quase sem puxar e chegar aos 200 e tirar punho, pois era velocidade a mais para aquela estrada, principalmente devido ao tráfico intenso e o muito vento que se fazia sentir, vindo lá das bandas da Serra de Sintra. Mas... tinha de repetir a brincadeira para ter a certeza que tudo não fora produto da minha imaginação ou algum alucinação.
Ora vamos lá de novo, fazer inversão de marcha, entrar na via rápida, baixar viseira do Shark, primeira, segunda, terceira rodar punho e.... fooooood...goooo!!!
É mesmo verdade, 170 em 3ª velocidade já no corte! E isto acompanhado por um ronco grave (ou não fosse um dois cilindros em V!) gutural, proveniente da grande panela (e sejamos sinceros, pouco bonita) de escape.
Ok, regresso até à Migtec, em andamento normal, a rodar por volta dos 100/120, com o motor outra vez a ronronar, sobressaindo a grande maneabilidade e facilidade de condução e acima de tudo uma posição de condução muito confortável e bem protegida do vento pelo ecrã que possui 3 posições de inclinação diferentes, que podem ser mudadas em andamento.
Perguntaram-me se havia alguma coisa nesta moto que eu gostasse menos ou fosse simplesmente negativo.
De negativo nada encontrei. Como já referi, o escape poderia ser mais "sensual" e a zona que envolve o bonito painel de instrumentos tem plástico.
Naquela zona especifica, a Suzuki podia ter feito bastante melhor e... para mim, a suspensão da frente afundava em demasia, isto para uma máquina deste tipo, pois apesar do seu aspeto e digam o que disserem esta moto é uma estradista nata.
Em relação à suspensão o Mestre Carlos, como se pode ver pela foto, deu-lhe uma afinação, só que já não tive tempo para a experimentar outra vez.
Pelo poucos quilómetros que fiz, deu para perceber que esta nova V-Strom 1000 é bem nascida e que está bem à vista a aposta forte da Suzuki nesta moto.
É uma moto fácil para o dia a dia e uma viajante para grandes jornadas.
Agora resta-me esperar para saber se a Suzuki, através do seu importador em Portugal, a Veículos Casal, tem algum interesse em que o "Motor Atual" faça um teste mais prolongado e como deve ser, a esta moto, para chegar a conclusões definitivas sobre as suas qualidades e... quem sabe, também defeitos.
Vamos aguardar!
Agradecimento especial à Migtec pelo convite para participar neste Open- Day
Veiga (2014)
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