25 de março de 2015

Honda Civic Tourer 1.6 i-DTEC - Dinâmica e familiar



Depois de termos analisado o Honda Civic 1.6 i-DTEC que é até hoje, no Motor Atual, o test-drive efetuado a um automóvel com maior número de visualizações (melhor, apenas o ensaio da Honda CB500X), eis que tivemos agora a oportunidade de experimentar a variante mais familiar do Civic, a Tourer, na versão intermédia da gama, a Lifestyle.


Como no que diz respeito ao Honda Civic, quase tudo foi devidamente dissecado, quando foi testado aqui no Motor Atual (http://www.motoratual.blogspot.pt/2013/09/carro-do-mes-honda-civic-16-i-dtec-sport.html) com a Tourer, resolvemos fazer algo diferente. Assim, em vez de fazermos o tradicional teste onde normalmente damos maior destaque às características técnicas e performances de um veículo, durante a semana em que tivemos a Tourer por nossa conta, decidimos analisá-la dando-lhe o uso para qual ela foi feita, ou seja, foi usada como qualquer pai de família a usaria, nas tradicionais viagens casa-trabalho-casa, incluído o ir buscar a filha à escola e passagem quase diária pelo supermercado para as costumeiras compras de última hora.

No fim-de-semana, efetuámos também uma viagem em família até à Serra da Estrela que incluiu a tradicional passagem pela "santa terrinha" de onde trouxemos o carregamento do costume, em produtos agrícolas e hortícolas.
Que melhor forma poderíamos ter arranjado para testar a carrinha da Honda, senão esta? 



Terça-Feira, dia de levantar o Honda Civic Tourer 1.6 i-DTEC, Lifestyle. 

Depois de formalidades tratadas para levantamento do veículo e já de chave na mão, procuro no parque de estacionamento pela Tourer e avisto-a! 
“Ena, bem bonita!” Com um azul “Twilight” metalizado, cor que lhe assenta muito bem, a Tourer é, apesar de ser uma das carrinhas mais compactas do segmento onde se insere, uma carrinha vistosa muito graças ao seu design futurista, tipo “shuttle” principalmente quando a vimos de perfil. 



Na frente, é em tudo igual ao Civic “hatchback” de 5 portas. Já a partir das portas dos lugares traseiros para trás tudo muda e estamos mais uma vez perante uma traseira, cujo desenho não gera consensos, tal como acontece com o carro. 
Ou se gosta ou se odeia, poderão dizer alguns mas, na minha opinião é tudo uma questão de hábito. 
A traseira da Tourer é volumosa, exuberante, sem ser tão radical como a versão hatchback. 
Apesar de ter sido desenhado e ser construído em Swindon, Inglaterra temos sempre presente que estamos perante um automóvel de origem nipónica, distinguindo-se da maioria dos seus principais rivais europeus. 

Voltando ao parque de estacionamento, um toque no botão da chave que aciona a abertura das portas, sento-me, fecho a porta e eis de novo aquela sensação que já tinha tido no Civic “carro” e que raramente se sente em automóveis deste segmento: de repente, ficamos quase totalmente isolados dos ruídos lá de fora e isto só encontramos em veículos de gamas superiores e de preço bastante mais elevado. 

Sendo um facto que, aqui e ali, principalmente na zona inferior do tablier e nas portas, encontramos plásticos de inferior qualidade, estamos perante um automóvel cuja atenção e cuidado rigoroso colocado na montagem de todos os seus componentes, significa que este Honda estará isento de qualquer tipo de ruídos parasitas, durante muitos milhares de quilómetros. 



Sentado no lugar do condutor e enquanto procuro encontrar a minha posição ideal de condução, não deixo de observar atentamente o painel de instrumentos e toda a zona envolvente e sim, a sensação é a mesma: desenho ultra-futurista, direcionada para o condutor mas que agora, quando olhamos para a zona da consola central, parece-nos algo confusa, devido à enorme quantidade de botões ali existente. 

Mas atenção, algo de muito importante entretanto aconteceu: a Honda iniciou desde o princípio deste mês (Março), a comercialização da geração 2015 do Civic cujas algumas das principais alterações residem precisamente no tablier pois, com a introdução do novo Sistema Honda Connect, tudo se tornou bastante mais fácil e atrativo. Agora, a maioria das funções (e ainda mais!) são ativadas através de um ecrã “Touch screen” de sete polegadas, possível de personalizar segundo o gosto do utilizador, deixando de existir tantos botões naquela zona. 
São múltiplas as funções oferecidas, sendo as de maior destaque o acesso à internet, Bluetooth, câmara traseira, informações sobre quilometragem (parciais e total), consumos, tempos de viagem, “Mirror Link”, GPS (opcional), etc. Existe ainda a possibilidade de, através do Honda App Center, descarregar diversas aplicações que poderão ser bastante úteis. 



Ao acertar a posição de condução, lá tenho de novo o mesmo problema. Sentado naquela que seria a minha posição ideal de condução, não consigo visualizar o velocímetro digital que a parte superior do aro do volante teimosamente esconde. Mais um clique, para cima no manípulo para subir o assento e agora sim, vejo tudo. Ok, conduzo numa posição ligeiramente mais acima daquela que gosto. Sabendo que a maioria dos condutores portugueses (apesar de não o assumirem!) preferem conduzir numa posição alta, também não é por aqui que “o gato vai às filhoses”!

Já em andamento e rodando devagar, vou reparando que não sentimos que vamos a bordo de um Civic de dimensões um pouco mais avantajadas – a Tourer é mais comprida 235 mm.



Tudo é tipicamente Honda e ainda bem que assim é. Está tudo ali à mão. Bastante espaço para as pernas e boa colocação dos pedais, o punho da caixa de velocidades mesmo ali ao lado, o volante de dimensões perfeitas transmite-nos aquele toque “desportivo” de que tanto gostamos, o assento é confortável e para o estilo de automóvel que é a Tourer, segura-nos bem (mesmo quando, como veremos mais à frente, dei uma valente “aviadela” a um Audi A3) e tudo o que nos envolve transmite-nos uma sensação agradável de conforto e segurança, sendo a garantia de podermos rodar quilómetros atrás de quilómetros, sem que nos sintamos minimamente cansados e “massacrados” e que apenas faz com que desejemos que rapidamente se chegue ao destino.



Nos dias seguintes usei a Tourer como qualquer pai de família usaria, com as habituais viagens casa-trabalho-casa, com passagem pela escola da filha, compras de ultima hora, sempre com bastante trânsito à mistura. 
E eis que chegámos ao fim de semana e… sou desafiado pelas minhas “duas mulheres” lá de casa: “que tal se, neste fim-de-semana, fossemos ver a neve à Serra da Estrela?” 
Mais rapidamente do que o tempo que levaram a ler o último parágrafo, já estávamos instalados a bordo do Civic Tourer (Eu, a minha mulher e a minha filha Inês), com a respetiva bagagem para o fim-de-semana.

A primeira etapa teria como destino a Torre, Serra da Estrela. Sim, viagem direta até lá ao alto!
Até Coimbra viajámos sempre pela autoestrada e aqui vieram ao de cima as qualidades de estradista da Tourer.
Rodando calmamente em sexta velocidade, com o velocímetro a marcar os 120 km/h, dentro da Tourer reina a tranquilidade. 

O motor, que é um dos mais silenciosos do mercado, mal se ouve e o sentimento geral é de um ambiente acolhedor, mesmo para quem viaja lá atrás. 

Já em relação ao banco traseiro, a Inês apenas referiu que o assento deveria ser ligeiramente maior (ela mede 1,70 m) ao que eu expliquei-lhe que esse era por vezes um “truque” utilizado pelos fabricantes de automóveis para assim ganharem mais espaço para a colocação das pernas. Não ficou muito convencida… “podia ser mais largo”, resmungou ela teimosamente…

Depois de uma paragem numa área de serviço para esticar as pernas e beber o cafezito da ordem, eis que entrámos naquela parte da A1 onde, vá se lá saber porquê, construíram uma “autobahn” e sendo assim, “dá-lhe gás”!

Velocímetro digital sempre a subir, e a Tourer a seguir alinhadinha sem queixumes, abanadelas ou vibrações, passando até incólume nos muitos e enormes ressaltos que encontramos na autoestrada.

Convém referir que até aqui viajámos sempre com a suspensão traseira (da qual falarei de forma mais detalhada mais à frente) no Modo Normal. 


Se com o Civic “normal”, conseguimos, nas mesmas condições, mas com menos um passageiro e sem bagagem, ver “cravados” os 216 km/h no velocímetro digital, já com a Tourer ficamo-nos “apenas” pelos 196 km/h significando isto que, entre as duas versões do Honda Civic, as performances são praticamente idênticas o que apenas vem confirmar que este propulsor de 1.6 litros, que debita 120 cv às 4000 rpm e um binário de 88 Nm também às 4000 rpm, é um dos melhores motores do mercado. Felizmente, longe vai o tempo em que a Honda usou o vetusto motor 1.7, da Izuzu, na Gama Civic.

Deixámos a autoestrada em Coimbra seguindo depois pelo IP3, sempre num andamento tipicamente familiar e apenas carregando mais no acelerador quando era preciso ultrapassar algum veículo mais lento. E a bordo, tudo sereno e tranquilo.

Do IP3 até Seia, foi um pulinho, onde fizemos apenas uma paragem rápida, antes de iniciarmos a subida da Serra. Entretanto, o céu carregado de nuvens que nos tinha acompanhado durante toda a viagem parecia agora ainda mais escuro e ameaçador, prenuncio de que lá em cima e como se veio a confirmar, não estaria propriamente um tempo agradável.



De novo a bordo, a Tourer começou a trepar serra acima, sempre com grande facilidade mesmo nas subidas mais ingremes e se não fossem meia dúzia de “pastelões” que fomos encontrando pelo caminho, teria galgado a serra quase sempre em 3ª e 4ª velocidade. Mas não, muitas vezes seguimos em 2ª velocidade, devagarinho, atrás deste ou daquele  carro mais lento – até atrás de um "papa-reformas" que se aventurou a fazer a subida da serra, andámos! 
Para piorar as coisas e tal como se previa começou a chover. Vamos lá devagarinho, sem arriscar, pois nestas estradas serranas, não dá mesmo para “inventarmos”! Nem tudo era mau pois, como sempre, no interior da Tourer… nada se passava. A conversa rolava tranquila e fluída bem aconchegada por uma temperatura agradável pois, por esta altura tive de dar um “cheirinho de quente” ao ar condicionado automático bi-zona* da Tourer.

Passámos o Sabugueiro e apenas parámos na Lagoa Comprida por breves instantes, seguindo logo viagem para aquele que é o lugar mais alto de Portugal, a Torre, ponto de maior altitude de Portugal Continental (1993 metros acima do nível do mar), sendo apenas ultrapassado pela Montanha do Pico, nos Açores – 2351 m de altura.



E como já era de prever, quanto mais subíamos mais pioravam as condições atmosféricas. Chuva intensa e muito, mas mesmo muito vento e frio, era o que nos esperava no topo da Serra da Estrela. Como quando saímos de Lisboa, estávamos a contar com bom tempo (as previsões meteorológicas assim indicavam) para fazer a sessão fotográfica da Tourer, lá tive de me contentar com, aqui e ali, sair rapidamente da carrinha sempre com a máquina fotográfica escondida debaixo do casaco e muito rapidamente tirar as fotos e digo rapidamente porque, em menos de nada, a ótica da máquina ficava encharcada e as fotos… já eram. Mas vá lá, insistindo (e apanhando uma grande molha!), lá consegui efetuar algumas das fotos que ilustram este test-drive.



Ok, trouxemos a Tourer a conhecer a Serra da Estrela e está na hora de voltarmos para baixo, para Seia, onde sem dúvida estará menos frio e onde almoçaremos. 



Toda a descida foi feita nas calmas pois, além do piso molhado, naquela estrada entre a Torre e Seia, todo o cuidado é pouco e nas longas e íngremes descidas, as regras de segurança aconselham sempre o uso do travão-motor e no Civic, temos essa tarefa facilitada pela caixa de seis velocidades de curso curto e manuseamento bastante suave.



Depois do almoço, tempo para compras, pois claro: queijo da Serra, requeijão, o belo do presunto e, como não podia deixar de ser, pão caseiro para acompanhar tão deliciosas iguarias!

Com isto tudo nem demos pelo passar das horas e com a noite a cair, seguimos em direção à zona de Arganil, onde iriamos pernoitar, viajando pela conhecida Estrada da Beira (N17), agora já sem chuva e com o asfalto seco, vou puxando mais pela Tourer, seja numa ultrapassagem efetuada com uma ou duas “abaixo”, seja em algumas curvas mais “divertidas” que vamos encontrando pela frente. 
Só que, lá vieram os queixumes do costume: “vai mais devagar” e “blablabla”. Está bem, vou mais devagar… (enquanto pensava para os meus botões: “para a próxima venho sozinho”!) 



Domingo de manhã, acordo cedo e… viva o sol! Com a família ainda na cama e como precisava de arranjar uma desculpa para sair sozinho com a Tourer, lanço um rápido “Vou a Arganil lavar a carrinha, pois está muito suja e assim não fica bem nas fotos!” - bela desculpa, não acham? - E antes que tivessem tempo para dizer alguma coisa, já eu estava a arrancar com a Civic em direção a uma das minhas estradas preferidas, aquela que liga Góis a Arganil.
São mais ou menos 15 quilómetros de curvas deliciosas, para todos os gostos e feitios! E naquela hora da manhã, bem cedo e ainda por cima num domingo, sinónimo de pouco trânsito, tinha mesmo de aproveitar!

Na ida até Arganil, andamento calmo, janela semi-aberta para respirar o ar frio e puro das serras, rádio na M80, que maravilha. Consegui resistir à tentação de passar a suspensão para o Modo Dinamic, pois ainda não estava suficientemente acordado para… me divertir!



Lavar a Tourer (Claro que tinha de a lavar!), tomar o pequeno-almoço nas calmas e estava na hora de regressar e finalmente experimentar, a sério, as qualidades dinâmicas deste Honda. Mas, antes disso, uma breve explicação técnica: 
A grande novidade deste Civic “carrinha” para o carro reside, não só, na maior capacidade de arrumação da bagageira mas, principalmente, na suspensão traseira.
O Honda Civic Tourer é o primeiro automóvel de produção do mundo a ser equipado com uma suspensão traseira adaptável. Este sistema regula, de forma automática e instantânea, a suspensão traseira às condições de condução do momento, operando em três modos diferentes: Confort, Normal e Dynamic. 
Os amortecedores traseiros, estão equipados com válvulas solenoide que medem e gerem o fluxo do óleo no interior do amortecedor, controlando a força de amortecimento. 
Para oferecer uma condução consistente seja em que modo for, a unidade de controlo ECU analisa o movimento da carroçaria usando os sinais enviados por diversos sensores de 3 eixos integrados e dispostos pelo automóvel, assim como também processa as informações do sistema CAN bus, controlando a força de amortecimento do eixo traseiro, variando-a entre macia e rija, através da aplicação de mais ou menos corrente aos amortecedores. 
Na posição Confort, o sistema cria uma base mais macia para os amortecedores, aumentando o conforto a bordo.
Na posição Normal, comportamento normal muito idêntico ao que tinha encontrado no Civic hatchback e, sinceramente, não achei grande diferença entre o Modo Confort e Normal. Já no Modo Dynamic, a conversa é outra!



Ora vamos lá então ver como é que se comporta a Tourer com o Modo Dynamic ativado. Deixo Arganil para trás e aproveitando o excelente (ótimo!) conhecimento que tenho da zona começo a rodar num ritmo, digamos mais “rapidinho” e… excelente trabalho dos técnicos da Honda! 
A excelente pega do volante e o manípulo da caixa de velocidades, o excelente “feeling” transmitido pela direção, certinha e com o “peso” correto e a disponibilidade do motor a baixas e médias rotações, faz com que o seu comportamento dinâmico possa ser devidamente explorado. A inserção em curva é muito boa e o eixo dianteiro faz o que queremos e, apenas nos limites é que começamos a sentir o alargamento da trajetória, comportamento que é normal num automóvel de traçāo dianteira e que desaparece com um ligeiro alívio no pedal do acelerador mas, até isso acontecer, a diversão está garantida muito por culpa do excelente comportamento da inovadora suspensão traseira que "cola" de forma surpreendente a retaguarda da Tourer ao asfalto. Também nota bastante positiva para os pneus Michelin Primacy que equipam este Honda. 
Esta carrinha curva como poucas e até posso dizer mais: fazendo um tipo de condução certinho, antecipando o que vamos fazer, inserindo a carrinha nas curvas de forma correta e acelerando no sítio certo de forma a não serem necessárias grandes correções, estamos perante uma das carrinhas que melhor curva. Nas suas principais rivais, ao mesmo nível talvez apenas a Ford Focus. 

Claro que não estamos perante um automóvel desportivo mas – para isso vamos ter brevemente o novo Civic Type R que promete prestações simplesmente avassaladoras! –, para quem goste ou precise de ter uma carrinha do segmento C, que se preste de forma notável ao uso familiar, sem deixar de lado o prazer de uma condução mais empenhada  e apressada, o Honda Civic Tourer, não irá desiludi-lo.



Desiludido pode ter ficado o condutor de um Audi A3  com matricula suíça, que encontrei quando regressava a casa e vinha a efetuar uma condução "Dinâmica". Como parece que não gostou muito de ter sido ultrapassado por um condutor de “cabelos brancos” a conduzir uma “carrinha”, imediatamente colou-se à traseira da Tourer e… ok, confesso, fiquei feliz! Aprumei-me na condução certinha como a Tourer aprecia, segunda, terceira, volta à segunda, acelera de novo, toque no travão, entra na curva, acelera e passa rapidamente à terceira e isto umas quantas vezes e… onde está o A3? Se calhar foi à missa, pois lembro-me de ter passar por uma pequena capela, perdida naquele serpenteado de pequenas retas e muitas curvas.
Que rica maneira de terminar esta bela manhã de domingo! Pronto, já chega, isto não é o autódromo! Volto a colocar a suspensão traseira no Modo Normal, abro o vidro, e respiro fundo. Sensação maravilhosa!



Volto a casa a rodar devagarinho e deixo a Tourer descansar umas horas, até ao nosso regresso a Lisboa. 
E, tal como esperava e também é costume, na hora da despedida dos familiares e amigos, de repente aparecem duas sacas de batatas, mais sacos com laranjas, cebolas, cenouras, couves, grelos e até umas dúzias de ovos! Ora, se juntarmos isto tudo à bagagem que tínhamos trazido, mais os queijos e afins comprados em Seia, se estivéssemos com um carro ou com uma carrinha, digamos, “normal”, provavelmente metade das coisas tinham de ficar. 

Mas como estamos com um Honda Civic Tourer… ora vamos lá ver se cabe tudo. 
Já tinha lido que o espaço de arrumação da Tourer era, senão o maior do segmento C mas quem me conhece, já sabe que sou como o “outro”: ver para crer!
Para começar, no Honda Civic o depósito de combustível está colocado na zona central do carro o que além de contribuir para uma melhor repartição do peso deixa mais espaço livre para arrumação na traseira e fica menos vulnerável em caso de acidente.




Com os versáteis bancos “mágicos” colocados na posição normal, (enorme facilidade de manuseamento, pois basta apenas um toque, para conseguirmos rebater de forma faseada as costas dos bancos possibilitando transportar volumes com as mais diversas dimensões), olho para o espaço da bagageira e penso cá para os meus botões: sim é enorme, mas de certeza que não cabe tudo.



Só que a Tourer oferece-nos outra surpresa. Ao contrário da maioria das suas rivais que também possuem um alçapão debaixo do piso da bagageira, mas de pequenas dimensões e normalmente com pouca altura aqui, estamos perante, praticamente, uma segunda bagageira com uma capacidade de 117 litros. Resumindo, coube tudo e mais fosse! Excelente.

O regresso a casa, já feito de noite, voltou a confirmar as qualidades estradistas da Civic Tourer pois, mesmo carregada “até às orelhas”, manteve a bordo o mesmo nível de conforto e tranquilidade, mesmo quando aqui e ali a obrigava a trabalhos mais "forçados”.




Como cereja no topo do bolo, posso ainda dizer-vos que no dia seguinte, quando devolvi a Tourer à Honda Motor Europe Portugal, o computador de bordo indicava um consumo de 5,8 litros de média, gastos durante este longo test-drive. 
Entre aquele trecho de “autobahn”, a subida à Serra da Estrela, a “sova” ao Audi A3 e o regresso, bem carregada, quantas carrinhas rivais teriam o mesmo comportamento e exibiriam o mesmo consumo?

Fica a pergunta!


ESPECIFICAÇÕES
Motor - 1.6 i-DTEC 
Cilindrada - 1.597 cc
Potência máxima – 120 cv às 4000 rpm
Binário máximo – 80 Nm às 4000 rpm
Transmissão – Tração dianteira / Caixa manual de seis velocidades
Dimensões
Comprimento – 4.535 mm
Largura total (incluindo os espelhos das portas) - 2.065
Altura total (incluindo a antena) - 1.480 mm
Distância entre eixos - 2.595 mm
Altura ao solo - 145 mm
Capacidade da bagageira (bancos traseiros levantados) – 624 litros
Capacidade da bagageira (bancos traseiros rebatidos, carga até aos vidros - 1.116 litros
Capacidade máxima da bagageira (bancos traseiros rebatidos, carga até ao tejadilho) - 1.668 litros
Tara (peso em ordem de marcha) - 1.430 kg
Capacidade do depósito de combustível – 50 Litros

Avaliação Motor Atual
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Carlos Veiga (2015)

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