O nome Qashqai, apesar de algo estranho, faz parte do “léxico automobilístico” desde 2007, muito por culpa do inegável sucesso que a Nissan obteve, ao arriscar ter apresentado um automóvel inovador e diferente de tudo o que existia até então.
Introdução -
Com o Qashqai, a Nissan "inventou" um automóvel capaz de agradar a um leque alargado de condutores, dos mais discretos aos mais aventureiros e que, como poucos, agradou também às senhoras pela forma como, sendo um automóvel imponente, surpreende pela facilidade de uso e versatilidade, tanto no dia-a-dia como nos fins-de-semana ou nas férias e foi isso mesmo que pudemos comprovar durante os dias em que tivemos na nossa posse o “Rei dos Crossovers”, aqui na versão “360”, equipado com o motor a gasolina DIG-T 115 cv.
Design & Acabamentos -
Se a primeira geração do pioneiro deste tipo de automóveis a que se deu o nome de "Crossovers", o Qashqai, agradou a mais de dois milhões de compradores muito por culpa do seu ar imponente de "Jeep" (apesar das suas óbvias limitações quando se sai do alcatrão), com o ataque cerrado entretanto efetuado por quase todas as marcas, incluindo algumas "Premium" que, atentas às vendas da Nissan neste novo segmento de mercado, não quiseram e não podiam ficar indiferentes ao sucesso do modelo nipónico, a Nissan teve de deitar mãos ao trabalho e aprimorar ainda mais a sua "galinha dos ovos de ouro", subindo a fasquia para um nível ainda mais elevado, com o intuito de manter a liderança neste novo segmento o que até agora tem conseguindo, apesar das (muitas) tentativas de o destronar levadas a cabo pelas marcas rivais, chegando ao ponto de, alguns dos modelos adversários, serem em muitos aspetos quase cópias do Qashqai!
Assim, a segunda geração do "Crossover" da Nissan apresenta-se dono de umas linhas modernas e até arrojadas, representando uma lufada de ar fresco não só na sua classe mas também no que diz respeito aos modelos da própria marca não sendo por acaso que, a mais recente proposta da Nissan para o segmento C, o Pulsar, siga a mesma linguagem estilística.
Mais comprido 49 mm mas, ligeiramente mais baixo (15 mm) e mais largo (20 mm) que o modelo anterior, o novo Qashqai tem agora um ar mais pujante, imagem que nos é transmitida principalmente pelo torneado das linhas do capot e das cavas das rodas onde as rodas de 18 polegadas, como as da unidade aqui em teste, aumentam ainda mais esse ar de poder e de força.
Mas não basta apenas desenhar um carro de aspeto imponente, pois existem muitos outros parâmetros que, cada vez mais têm de ser levados em conta, principalmente num automóvel com estas características. Falo mais precisamente da questão da aerodinâmica, pois estamos perante um automóvel bastante alto e como todos sabemos, quanto maior o arrasto aerodinâmico, maiores são os consumos e as emissões de gases poluentes, como menores são as performances e o comportamento dinâmico.
A Nissan melhorou substancialmente o Qashqai no que diz respeito à aerodinâmica, com as equipas de design a fazerem um esforço suplementar no estudo e aperfeiçoamento de todas as superfícies visíveis (deflector do tejadilho com pequenas “asas” ou ocultas (como o perfil de piso plano) para conseguirem que agora, este Crossover consiga “atravessar o ar” de forma mais eficaz, resultado traduzido por um coeficiente de atrito de 0,32, excelente para este tipo de veículos.
Em relação aos materiais usados e à montagem e acabamentos, a evolução também é óbvia, pois o silêncio impera a bordo do novo Qashqai e a sensação de durabilidade está sempre presente, garantia de muitos milhares de quilómetros sem que apareçam os sempre irritantes ruídos parasitas.
Neste aspeto, é um puro automóvel japonês, pois desde os botões, comutadores, manetes, frisos, plásticos, resumindo, tudo o que nos envolve, é de qualidade superior e não atinge, na sua totalidade, a tão proclamada qualidade “Premium” culpa de alguns dos materiais usados nas zonas inferiores do habitáculo, que são mais suscetíveis a ficarem riscados ao fim de algum tempo, se não existir algum cuidado.
Ergonomia & Equipamento –
Comparando com a geração anterior, está-se melhor a bordo do Qashqai. Tanto o condutor como passageiros, tem agora ainda mais espaço em todas as direções, viajando de forma mais desafogada e confortável e também devido a um novo desenho da abertura das portas, entrar e sair deste automóvel é agora ainda mais fácil.
Para ficarmos com uma ideia da seriedade do trabalho levado a cabo pela Nissan em relação a este automóvel, temos o exemplo dos assentos onde durante a sua conceção e após muitos testes, foram levadas em conta as análises da NASA no que diz respeito à pressão e fluxo sanguíneo na zona lombar do ser humano quando este se encontra sentado, sendo o resultado final uns assentos que proporcionam um grande conforto nas viagens mais longas, diminuindo o mau estar e cansaço, muito por culpa dos reforços adicionais que foram introduzidos nas áreas toráxicas, lombares e pélvicas.
Passando da teoria à pratica, posso dizer-vos que passei bastantes horas a bordo do Qashqai, muitas delas de forma continuada em viagem e no que diz respeito a cansaço ou dores nas costas… zero!
Muito dificilmente encontraremos no segmento C um automóvel onde se viaje tão comodamente sentados, como no Nissan Qashqai!
Bem sentado ao volante, nota-se que todos os comandos estão de alguma forma direcionados para o condutor, permitindo que o seu manuseamento seja efetuado de forma “quase” automática. Digo “quase” porque mesmo assim ainda poderia ser melhor pois, na minha opinião, ainda existem demasiados botões na consola central, tal como alguns colocados mais escondidos, na zona inferior, do lado esquerdo, do painel de instrumentos e que por isso mesmo, “quase” passem despercebidos.
Lá atrás, duas pessoas viajam comodamente instaladas e até três, se não forem de dimensões avantajadas e se o passageiro do meio não ficar incomodado com o túnel central que mesmo assim até é de pequenas dimensões, se levarmos em conta alguns que encontramos em certos rivais.
Quanto à bagageira, conta agora com mais 20 litros de capacidade – 430 litros com os bancos traseiros na posição normal – e tem melhor acesso pois, a tampa da bagageira tem um raio de abertura ainda maior (150 mm).
Aumentando a versatilidade e facilidade de uso, temos um fundo falso que está tapado por dois painéis reversíveis de fácil manuseamento e que permitem 16 configurações diferentes, maximizando o espaço de carga. Estes mesmos painéis podem ser usados de ambos os lados pois, se de um lado vamos encontrar o mesmo tipo de alcatifa que reveste todo o compartimento de carga, já no lado oposto possui um revestimento (tipo napa) fácil de limpar, permitindo que sejam transportados objetos que de alguma forma possam sujar.
Algo que para mim não faz sentido é a existência de uma luz cor de laranja ali à volta do comando da caixa de velocidades. Sinceramente, podiam ter feito melhor (e menos piroso!).
Quanto ao equipamento, principalmente nesta versão “360”, rapidamente percebemos porque é que o Qashqai é o “Rei dos Crossovers” e.. do segmento C, fazendo frente a veículos de segmentos superiores, os tais que são considerados “Premium” e que por isso mesmo são comercializados por valores (bastante) superiores, sem que, em alguns dos casos, na minha opinião, isso se justifique, pelo menos no que diz respeito ao equipamento de série.
Assim sendo e sem mais demoras, eis a (longa) descrição do equipamento do Nissan Qashqai “360”:
Para começar temos aquilo a que a marca nipónica deu o nome de “Escudo de Proteção Inteligente Nissan” que é um conjunto de funcionalidades “extra” que são, sem dúvida alguma, uma enorme mais valia no que diz respeito à comodidade e segurança de quem conduz e viaja no Nissan Qashqai e que passamos a descrever:
Sistema Anti-colisão Frontal – Através de uma sistema de radar, é identificada a diminuição e paragem do veículo que segue à nossa frente através de três níveis de assistência: o primeiro é um aviso sonoro, alerta o condutor que o espaço até o veículo em frente está a diminuir.
No segundo nível e se entretanto o condutor não reagir, os travões são aplicados parcialmente de modo automático. Finalmente, se o espaço continuar a reduzir é ativado o terceiro nível de assistência, ou seja, os travões são aplicados na totalidade fazendo até com que o automóvel pare completamente, caso seja necessário.
Sistema de Alerta de Fadiga – Depois de 10 minutos de "aprendizagem" do estilo de condução da pessoa que vai aos comandos do Qashqai, o Escudo de Proteção Inteligente Nissan monitoriza os sinais de condução, exibindo um alerta no painel de instrumentos se a condução começar a ser errática, indicando que o condutor deve fazer uma pausa para descansar.
Identificador de Sinais de Trânsito – Uma ajuda muito importante e que nos poderá salvar/livrar de algumas multas. Tanto os sinais como os limites de velocidade são identificados e lidos automaticamente pela câmara dianteira e apresentados ao condutor no painel de instrumentos, estando este sistema disponível em toda a Europa.
Aviso de Mudança de Faixa – Ótimo, principalmente nas vias rápidas e autoestradas. O sistema deteta através do guiamento das marcações das faixas de rodagem (até as mais esbatidas como pudemos comprovar!), quando o veículo começa a deslocar-se para fora da faixa sem que o condutor tenha efetuado o acionado o respetivo “pisca”, avisando-o através de um apito sonoro.
Aviso de Ângulo Morto - Utiliza a câmara traseira do Monitor 360º para detetar veículos nos ângulos mortos e caso seja detetado um veículo, uma discreta luz de aviso acende-se no vidro do espelho retrovisor.
Se o condutor indicar que vai mudar de faixa e o sistema detetar um veículo na zona de perigo, a luz pisca e é emitido um aviso sonoro.
Deteção de Objeto em Movimento – Através dos sensores de estacionamento dianteiros e traseiros que emitem avisos sonoros ao condutor durante as manobras e também nesta versão, “360”, da "vista de helicóptero" disponibilizado pelo Monitor 360º, quando imobilizado, se algum objeto/pessoa se deslocar na área abrangida pelas quatro câmaras, o sistema emite um aviso sonoro e destaca a área na qual o objeto em movimento foi detetado.
Montada na porta da bagageira e tendo uma lente de olho de peixe, a câmara traseira tem um ângulo de visão superior a 180 graus.
Regulador Automático de Máximos – A ação combinada entre a câmara dianteira e um software especifico resulta na leitura automática das condições de tráfego durante a noite, otimizando a iluminação em qualquer cenário de condução.
Na pratica isto significa que, se conduzirmos em máximos e vier outro veículo em sentido contrário, o Qashqai, automaticamente, passa de máximos para médios, impedindo assim que o condutor que circula no sentido contrário, fique encandeado com os “nossos” máximos.
Além do “Escudo de Proteção Inteligente Nissan”, o “Rei dos Crossovers” vem equipado com o “Controlo de Chassis Nissan” que, assentando nos conhecimentos adquiridos no super-desportivo GT-R e comparando com o modelo anterior, melhora tanto o conforto como a manobrabilidade.
Também não podemos esquecer a excelente ajuda do Assistente de Arranque em Subidas que facilita sobremaneira os arranques nas subidas.
Trabalhando com o ESP, este sistema de ajuda no arranque nas subidas, mantém o Qashqai travado durante 2/3 segundos, destravando-se automaticamente assim que a tração é aplicada às rodas.
Também no novo e bonito painel de instrumentos encontramos um visor a core TFT de cinco polegadas (!) e que dá acesso a 12 visores gráficos, através de comandos específicos situados no volante e que pode ser personalizado.
Aqui, temos acesso a uma panóplia de informações entre as quais se destacam: velocidades médias e instantânea, consumos e economia de combustível com indicação da altura certa de troca de velocidade), instruções de navegação curva a curva, conteúdos áudio, Identificador de Sinais de Trânsito, Escudo de Proteção Inteligente Nissan, sistema de Controlo de Chassis Nissan e informação sobre a pressão dos pneus.
Motor -
Quanto à motorização, o Qashqai aqui apresentado está equipado com o novo motor 1.2 DIG-T.
Este propulsor que também equipa o Pulsar e o Juke, apesar da sua baixa cilindrada, debita uns muito razoáveis 115 cv às 4500 rpm e um binário máximo de 190 Nm logo às 2000 rpm. Recorre a um turbo-compressor e contando com a ajuda entre outros, ao sistema start/stop, alternador regenerativo, óleos especiais e estando acoplado a uma caixa de seis velocidades, - de manuseamento tipicamente japonês – certinha e dócil como se quer –, sendo as últimas três velocidades bem longas para, supostamente, fazerem baixar os consumos o que na prática e em algumas situações, como veremos mais à frente, não é bem assim - consegue ser bastante eficaz no que diz respeito à emissão de gases, uns parcos 129 g/km de CO2, bem abaixo do motor 1.6 litros que vem substituir.
E na prática como é que isto tudo funciona? É o que vamos ver já a seguir:
Cidade - Apesar de ser um automóvel cujas dimensões se enquadram perfeitamente no segmento C, devido a uma maior altura e imponência, poderá de alguma forma intimidar alguns condutores no que diz respeito ao uso citadino.
Mas podem estar certos que acontece exatamente o contrário pois é precisamente essa maior altura, quando comparado com os automóveis ditos "normais", a sua maior vantagem devido a uma posição de condução mais elevada, permitindo que se tenha um ângulo de visão bastante mais amplo com o óbvio acréscimo no fator segurança e conforto de condução.
E já que falei em conforto, fora o que nos é transmitido pelo excelente isolamento acústico - sem dúvida alguma o melhor da classe e até de alguns modelos de marcas rivais que pertencem a segmentos superiores! - e pelos magníficos assentos, também a sua altura é uma mais valia no que diz respeito a circular pelas estradas e ruas das nossas cidades, cada vez mais pejadas de tudo o que são buracos, de todos os tamanhos e feitios, existindo até alguns que fazem concorrências às crateras da lua!
É precisamente nestas alturas e também quando precisamos de subir ou descer um passeio e até mesmo ultrapassar muitas das bandas sonoras, vulgo, lombas que ultimamente viraram moda, que ficamos felizes por irmos aos comandos deste automóvel, que passa incólume por cima de quase tudo.
Quanto ao motor, devido às relações curtas das primeiras três velocidades, propulsiona o Qashqai com ligeireza e desenvoltura sendo as seguintes velocidades demasiado longas para que não obriguem a um constante manuseamento da caixa de velocidades e claro, os consumos ressente-se desse facto, apesar dos consumos até estarem ao nível dos melhores propulsores a gasolina do mercado. Aqui podemos contar com uma média em redor dos 7, 8 litros, isto claro, numa condução normal, completamente descontraída e sem estar a pensar em médias.
Estrada – Fiquei desiludido! Não com o automóvel em si, mas com a caixa de velocidades, mais concretamente com as relações escolhidas para as três ultimas velocidades (4ª, 5ª e 6ª velocidade) e que, na ânsia de procurarem os melhores consumos, apenas prejudicam o comportamento deste excelente automóvel. Como? Passo a explicar: imaginem que circulam numa qualquer estrada nacional, efetuando uma condução perfeitamente normal e que, como é óbvio, de vez em quando precisam de ultrapassar veículos mais lentos, nomeadamente pesados, circulando estes, como é normal, na casa dos 90 km/h.
Ora, vamos ali atrás do veículo que queremos ultrapassar, com a sexta velocidade engrenada e por certo o condutor deste Qashqai, reduzirá para 5ª velocidade para efetuar a dita ultrapassagem, ou até mesmo 4ª velocidade, pois circulando a 90 km/h, seria normal que o motor reagisse prontamente, aumentando de velocidade rapidamente, para assim efetuarmos a ultrapassagem com a devida segurança.
Só que no caso do Qashqai equipado com este propulsor, somos (quase sempre) obrigados a reduzir até à 3ª velocidade (!!!), para que se consiga efetuar a devida ultrapassagem rapidamente e em segurança pois, só desta forma conseguimos despertar os 115 cv que, volto a frisar, devido às relações demasiadamente longas não são devidamente aproveitados. O que é pena, pois além de tornar a condução mais cansativa pois temos de estar sempre a usar a caixa de velocidades - que felizmente tem um manuseamento fantástico - como é lógico, aumenta substancialmente os consumos.
Mesmo assim, durante este teste e em estrada, fazendo a minha condução normal, sem pensar em consumos e pensando apenas no delicioso almoço que esperava por mim em Arganil, o Qashqai DIG-T 1.2 efetuou, mesmo assim, uma excelente média de 6,4 Litros por cada 100 km percorridos, o que mostra bem a qualidade deste propulsor pois, se não fosse tão prejudicado pelas relações longas da caixa de velocidades, conseguiria ser bastante mais afoito na estrada e efetuar consumos ainda (muito) melhores, provavelmente na casa dos cinco litros.
Mas claro, como digo sempre, os consumos sempre dependem do tipo de condutor e... do "peso" do seu pé direito!
Quanto ao comportamento dinâmico, o Qashqai ainda está melhor que a primeira geração devido às alterações a que foi sujeito, tanto ao nível do chassis que é novo, assim como nesta versão de tração dianteira, a uma nova e reforçada barra de torção na suspensão traseira que, com os préstimos de uns inovadores amortecedores de duplo pistão - o sistema recorre a dois canais: um convencional para o tipo de lombas de baixa frequência encontradas em estradas irregulares e um canal adicional para as lombas pequenas de elevada frequência encontradas em estradas mais regulares – resultam num automóvel que, independentemente do estado da superfície que pisa, tem sempre uma condução suave e é extremamente confortável para quem nele viaja.
Sendo muito estável, apenas nas curvas mais sinuosas se nota uma maior flexão de todo o conjunto, que é absolutamente normal neste tipo de veículo principalmente quando se privilegia mais o conforto em detrimento um comportamento mais desportivo.
Claro que o Qashqai não é e nem pretende ser um desportivo mas mesmo assim, até se consegue fazer um “andamento engraçado” quando para aí estamos voltados, isto claro respeitando as suas óbvias limitações.
Andando mais rápido, temos de jogar sempre na antecipação pois, qualquer manobra brusca efetuada com o Qashqai dentro curva (por exemplo o uso do travão) poderá pregar alguns sustos aos menos dados a estas coisas da condução (mais) agressiva.
Como costumo dizer, “se não sabe não invente”, pois, seja com o Qashqai, ou outro qualquer automóvel, quando falta o “kit de unhas” o resultado pode ser desastroso.
Autoestrada – O Nissan Qashqai DIG-T 1.2 sente-se bem nas autoestradas, direi até mais, parece que foi feito para este tipo de vias, isto devido ao excelente ambiente que se vive a bordo onde temos de destacar mais uma vez o conforto proporcionado pelos assentos, tal como o excelente isolamento acústico (pelo menos nesta versão equipada com um motor a gasolina, sempre mais silencioso que os motores que se alimentam com diesel) pois, por incrível que pareça e apesar da sua baixa cilindrada e das malfadas relações longas, conseguimos rodar em sexta velocidade a excelentes velocidades de cruzeiros.
Ora, se cá pelo nosso burgo existissem autoestradas sem limites de velocidade, nestas e apenas nestas, o Qashqai conseguiria rodar a velocidades na casa dos 170/180 km/h, sem o menor dos queixumes, o que é excelente levando em conta a sua baixa cilindrada.
Claro que, cada vez que somos obrigados a baixar o ritmo, temos de ter alguma paciência nas retomas de velocidade (outra vez a relação demasiado longa da caixa de velocidades...), mas fora isso, o Qashqai devora quilómetro atrás de quilómetro com extrema facilidade e conforto, únicos na classe.
Fora de estrada - Quando iniciei este ensaio, estava muito longe de pensar que ia escrever, fosse o que fosse, sobre o comportamento de um automóvel deste tipo, sobre o seu comportamento fora do alcatrão pois, como todos sabemos, um Crossover não é propriamente um “Jeep” apesar de, estilisticamente falando, darem ares de conseguirem passar pelos trilhos mais duros. Mas é apenas estilo e pouco mais que isso.
E é precisamente aqui no “pouco mais que isso” que se enquadra o Qashqai como tive ocasião de experimentar em Arganil, mais concretamente na zona da pequena aldeia de Adcasal que fica situada na Freguesia de Celavisa, onde antigamente se desenrolava uma das maiores e mais afamadas (tanto pela espetacularidade como perigosidade) classificativas do Rally de Portugal, quando este passava por aquela zona.
Como é óbvio, foi num ritmo absolutamente calmo, de passeio e com extremas cautelas (não queremos de forma alguma defraudar a confiança que tanto a Nissan como as restantes marcas depositam no Motor Atual, quando nos cedem os seus veículos para a realização destes test-drives), que percorremos parte desta “classificativa” em busca dos melhores locais para fotografar o Qashqai.
Posso dizer-vos que o “Rei dos Crossovers, surpreendeu uma vez mais, pelo conforto proporcionado, apesar do mau estado do piso, como não se negou a trepar serra acima, com partes bem íngremes indo, onde um veículo “normal”, não se atreveria a ir. Felizmente as três primeiras velocidades possuem as relações adequadas e assim, o pequeno motor de 1.2 litro, consegue ter um comportamento meritório, nestas condições.
Volto a dizer, não é um “Jeep”, mas com calma e sem entrar em devaneios, dá para ir mais longe que qualquer outro automóvel “normal. E se porventura quiserem ir ainda mais longe, sempre podem adquirir o Qashqai equipado com tração às quatro rodas.
Conclusão Motor Atual –
Na versão aqui em teste, destacamos, o silencio a bordo, o conforto, os acabamentos (quase) "Premium" e o equipamento “360” único na categoria e até em segmentos superiores.
Pela negativa, apenas o escalonamento demasiado longo da caixa de velocidades que não deixa explorar devidamente os 115 “equídeos” do seu motor e para mim, que por vezes exagero um “bocadinho”, o adornar da carroçaria em curva.
Se o modelo aqui em teste seria para nós opção de compra? Sem dúvida, principalmente nesta versão “360”.
No entanto, apesar de sermos fãs assumidos de propulsores a gasolina, neste caso e muito por culpa das relações da caixa de velocidades, optaríamos por uma das motorizações a diesel, mais expeditos na hora da recuperação.
No segmento ao qual pertence, o Nissan Qashqai continua sem um rival direto à sua altura e se quiser algo melhor ou pelo menos que consiga estar ao mesmo nível, irá de certeza ter de abrir os cordões à bolsa e soltar mais uns largos milhares de euros.
O Nissan Qashqai está na moda e ainda bem que assim é pois, estamos perante um automóvel que, apesar de pertencer ao concorrido segmento C, destaca-se pelo seu aspeto moderno e imponente, equipamento, conforto e versatilidade, sendo uma ótima companhia tanto para os afazeres diários, como para partir à aventura sem destino, a solo ou acompanhado pela família e respetiva bagagem.
Especificações Técnicas
Motor – 4 cilindros em linha, 4 válvulas por cilindro.
Cilindrada – 1197 cc.
Potência – 115 cv às 4500 rpm.
Binário máximo – 190 Nm às 2000 rpm.
Alimentação – Injeção directa.
Combustível – Gasolina.
Performances
Velocidade máxima – 185 km/h*.
Aceleração 0/100 km/h - 10,6 seg.*.
Transmissão – Caixa manual de seis velocidades.
Suspensões
Dianteira – Independente, tipo Mc Pherson.
Traseira – Eixo de torção, com molas.
Direcção - Assistida (Pinhão e Cremalheira).
Sistema de Travões - ABS com EBD e assistência à travagem de emergência; Sistema de Controlo de tracção; Controlo de tracção (ESP)
Travões - Discos Jantes
Pneus - 215/55 R18
Peso (vazio) – 1350 kg
Dimensões – (CxLxA) 4377 / 1806 / 1590
Distância entre eixos – 2646 mm
Bagageira
Assentos posição normal – 430 L
2ª fila assentos rebatidos – 1598 L
Depósito de combustível – 55 Litros
*Dados do construtor
Avaliação Motor Atual
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Motor – 4 cilindros em linha, 4 válvulas por cilindro.
Cilindrada – 1197 cc.
Potência – 115 cv às 4500 rpm.
Binário máximo – 190 Nm às 2000 rpm.
Alimentação – Injeção directa.
Combustível – Gasolina.
Performances
Velocidade máxima – 185 km/h*.
Aceleração 0/100 km/h - 10,6 seg.*.
Transmissão – Caixa manual de seis velocidades.
Suspensões
Dianteira – Independente, tipo Mc Pherson.
Traseira – Eixo de torção, com molas.
Direcção - Assistida (Pinhão e Cremalheira).
Sistema de Travões - ABS com EBD e assistência à travagem de emergência; Sistema de Controlo de tracção; Controlo de tracção (ESP)
Travões - Discos Jantes
Pneus - 215/55 R18
Peso (vazio) – 1350 kg
Dimensões – (CxLxA) 4377 / 1806 / 1590
Distância entre eixos – 2646 mm
Bagageira
Assentos posição normal – 430 L
2ª fila assentos rebatidos – 1598 L
Depósito de combustível – 55 Litros
*Dados do construtor
Avaliação Motor Atual
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Carlos Veiga (2015)
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