20 de fevereiro de 2019

Honda Jazz 1.5 i-VTEC Dynamic – Versatilidade mais atrevida


A Honda possui na sua gama, aquele que é, provavelmente, o utilitário mais versátil do mercado, o Jazz.
A juntar à habitual qualidade e fiabilidade nipónica que é, como quem diz, “só meter gasolina e andar", o Jazz oferece ainda o habitáculo mais espaçoso e os famosos "bancos mágicos", que se traduz numa panóplia de possibilidades de espaços de arrumação, algo único na sua classe.
No entanto, para os mais atrevidos ou apressados, a única motorização disponível até agora – 4 cilindros com 1318 cc, 102 CV às 6000 rpm e um binário máximo de 123 Nm, às 5000 rpm – poderia saber a pouco. 


Atenta a isso, a Honda introduziu agora, além de um novo motor, uma nova versão, a Dynamic, mais desportiva. E como é lógico, quando se fala num Honda mais desportivo, lembramo-nos imediatamente do fantástico Civic Type-R. 
A marca japonesa soube introduzir no novo Jazz Dynamic, pelo menos no que diz respeito ao seu visual, alguns “tiques” do Type R aqui e ali.

Mas atenção: O Jazz 1.5 i VTEC Dynamic, não é nem pretende ser a versão Type R do Jazz! É sim, um Jazz de linhas mais desportivas e com um andamento mais dinâmico, graças à nova (em Portugal) motorização. Mas sobre o seu motor, já falarei.


Comecemos então pelas suas linhas, já conhecidas de todos nós e que não enganam: é um Honda.
Na frente, a juntar ao dinamismo que nos é transmitido através do olhar rasgado das óticas "agarradas" pela grelha "solid swing" (nome dado à nova assinatura visual dos modelos mais recentes da marca nipónica), temos, no Dynamic, um para-choques dianteiro mais esculpido e com contornos mais agressivos à volta das entradas de ar e atrás, um difusor de triplo defletor, tendo ambos, uma linha de estilo vermelha que nos faz lembrar... o Type R, pois claro!


Se a isto juntarmos as luzes de LEDs, faróis dianteiros de nevoeiro, spoilers nas embaladeiras laterais, mais um na tampa da bagageira e ainda, as bonitas jantes de liga leve, em preto brilhante (pneus 185/55R 16), então percebemos que os designers quiseram dar ao Jazz aquele ar desportivo e atrevido, que tantos gostam. 


Mas não foi apenas no exterior que eles se esmeraram, pois também no muito espaçoso habitáculo deste pequeno Honda vamos encontrar diferenças, tais como, os estofos com um padrão exclusivo às riscas e o volante e o punho da alavanca das mudanças forrados a pele, também com costuras em vermelho.


No resto é o conhecido Jazz, com o seu interior hiper-espaçoso onde, no tablier, se destaca o ecrã de sete polegadas com  o sistema Honda Connect que nos dá acesso a todas as funções, incluindo: navegação na Internet, informações em tempo real sobre trânsito, noticiários e estado do tempo, para além das plataformas sociais e estações de música na internet. Infelizmente, a sua utilização, continua a requerer alguma habituação pois, existem modelos de marcas rivais com sistemas mais "user friendly".




É impressionante como num automóvel com apenas 4 metros, encontramos um habitáculo tão amplo, um autêntico "open space" e que oferece tantas possibilidades de configuração de espaço (muito por culpa da versatilidade dos fantásticos "Magic Seats", que oferecem 4 configurações diferentes de arrumação). Se juntarmos a isto uma panóplia enorme de espaços de arrumação de diferentes dimensões, inteligentemente espalhados pelo habitáculo, digo, sem favor nenhum, que estamos perante o utilitário mais versátil do mercado.




Quanto aos materiais utilizados, apesar da excelente montagem, uma textura mais suave seria muito bem vinda, pelo menos nas zonas mais à vista, sobretudo porque os rivais estão, cada vez mais, a apostar nesse tipo de material, digamos, mais "premium". Gostaria, por exemplo, que a zona superior do tablier não fosse de plástico tão duro e sobretudo... "oco", quando lá se toca, transmitindo a sensação de alguma fragilidade.


Olhando para o painel de instrumentos, este é, tal como em todas as versões do Jazz, constituído por três mostradores circulares, sendo o da direita, totalmente digital. O mostrador central, o de maiores dimensões, alberga o velocímetro e diversas luzes avisadoras, onde se incluem as de mudança de direção, vulgo, piscas.


Falando agora do seu propulsor, novo por estas bandas mas, já um veterano no outro lado do mundo, onde o Fit (é assim que se chama o Jazz tanto no mercado asiático, como nos EUA) se vende às resmas, é um quatro cilindros em linha, "aspirado", com 1498 cc e que debita 130 cv às 6600 rpm e um binário máximo de 155 Nm às 4600 rpm.


 Não tendo a ajuda do turbo, tão em voga nas motorizações mais recentes e do qual o novo 1.0 Turbo da própria Honda, é o melhor exemplo desta nova geração de propulsores, o certo é que o comportamento deste motor é... "old school". Ou seja, para fazer movimentar o Jazz de forma convincente temos de puxar por ele, lá para cima, para as rotações mais elevadas que é onde ele gosta de andar, o que, se por um lado é bom fazê-lo ouvir-se, através de um ronco que (lá bem longe, muito longe...) nos faz lembrar o... Type R, por outro lado, faz com que isso contribua para uns consumos mais elevados do que seria de esperar. Mas nada que assuste, isto porque, se andarmos nas calminhas, conseguimos consumos na ordem dos 6 litros.



Claro que se puxarmos por ele, o andamento torna-se bastante mais interessante e até dá alguma "pica" aos mais atrevidos só que... upa, upa, não será anormal ver o computador de bordo a indicar consumos acima dos 8 litros e até mais, como aconteceu quando tive de meter em sentido uma Beémê 320D… mas aqui e modéstia à parte, foi mais graças à maluquice do gajo que ia a conduzir (aqui o je!), do que às prestações do 1.5 do Jazz.
Mas isso são histórias que contarei daqui a uns anos, talvez num livro, quando me reformar...


Conclusão Motor Atual – Se em relação  a esta nova versão do Jazz, a Dynamic. fiquei bastante agradado, principalmente em relação ao upgrade de estilo desportivo a que foi sujeito, confesso que fiquei um pouco confuso em relação ao seu propulsor. 
Não percebo porque insistem neste 1.5 litros "à antiga" de 130 cv, pelo menos na Europa, quando a Honda possui no seu portfólio, aquele que é um dos melhores e mais avançados motores de 3 cilindros - 999 cc e 129 cv de potência – da sua geração. Claro que falo do motor que equipa o Civic e que tão boas performances consegue neste modelo. Apenas menos 1 cv, mas que, muito graças ao turbo, possui uma resposta e um dinamismo que o 1.5 não consegue atingir.

É pena... principalmente porque, quando comparamos preços, ficamos a perceber que, quase pela mesma quantia que pagamos por este Honda Jazz 1.5 i- VTEC Dynamic, podemos levar para casa o... Civic equipado com o já citado motor 1.0 turbo de 129 cv. Dá que pensar...


Especificações Técnicas
Motor 4 cilindros em linha
Cilindrada 1498 cc
Potência 130 cv às 6600 rpm
Binário 155 Nm às 4600 rpm
Transmissão Dianteira; caixa manual, seis velocidades
Suspensão
Dianteira Unidades Macpherson
Traseira Barras de torção, Tipo H;
Travões
Dianteiros Discos ventilados
Traseiros Discos sólidos
Pneus - 185/55 R16 83H/V
Dimensões
Comprimento 4.051 mm
Largura (com espelhos)1.694 mm
Altura 1.525 mm
Bagageira 354 litros (posição normal); 884 litros (assentos rebatidos).
Depósito combustível 40 litros
Peso 1104 kg
Velocidade máxima (dados fábrica) 190 km/h
0/100 km/h 8,7 seg.

Fatores Positivos:
- Linhas modernas com "tiques" do Type R;
- Habitáculo muito espaço;
- Versatilidade;
- "Bancos Mágicos Honda";
- Agradabilidade e facilidade de condução.

Fatores Negativos:
- Plásticos duros;
- No vidro dianteiro, tamanho XXL da "caixa" onde se encontram os sensores da chuva e iluminação, que rouba visibilidade tanto ao condutor como principalmente aos passageiros;
- Motor algo pontudo;
- Consumos;
- Preço.

Classificação Final
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(6,5 pontos em 10 possíveis)

Carlos Veiga (2019)

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