11 de junho de 2020

Contacto - Kawasaki Vulcan S


A convite do Gonçalo Silva da Rame Moto, fui conhecer a única Custom, que consta do  atualcatálogo da Kawasaki em Portugal: a Vulcan S.

Não sendo propriamente uma novidade, o certo é que a Kawasaki Vulcan granjeou em Portugal, muitos fãs e isso é bem patente na quantidade de unidades que vemos a circular por aí, tendo também de realçar que muitos dos proprietários desta Custom (também há quem lhe chame Cruiser, mas eu prefiro chamar Custom, até porque, basicamente, os dois nomes, identificam o mesmo estilo de motos!) de média cilindrada, pertencem ao sexo feminino, o que logo à partida nos pode dizer muito sobre esta moto, tanto ao nível da estética como, principalmente, no que diz respeito à facilidade de condução. Mas já lá iremos.

Não deixa de ser quase um paradoxo que, uma marca como a Kawasaki, perita na arte de fazer motos desportivas tenha, ao mesmo tempo, um sucesso assinalável, na construção de motos deste estilo, que são o oposto de uma moto desportiva o que demonstra bem a sua versatilidade como marca capaz de fabricar moto que agradem a um vasto leque e tipos de clientela e é aqui onde a Vulcan S entra em ação.


A Kawasaki Vulcan S, possui linhas tipicamente Custom mas sem cair em exageros, conseguindo ser, ao mesmo tempo, uma moto de aspeto clássico, mas moderna. Essa modernidade é transmitida através do design do farol dianteiro, do painel de instrumentos - partilhado com a Versys 650 - ou ainda, pela colocação descentrada e original, do amortecedor traseiro.


No entanto, algo destoa na Vulcan e que me deixou algo desapontado. Falo do escape que, na minha opinião (e gosto pessoal!) é, simplesmente, feio! 

Quem me conhece sabe que sou sempre a favor do que é original mas... caso estivesse comprador de uma Vulcan S, a primeira (e provavelmente a única) alteração que faria nesta moto, seria a troca do escape e isto ainda antes de levantar a moto no stand! 


E também porque no que diz respeito ao som que emanado pelo "charuto", digamos que, apesar de não gostar de motos barulhentas, pelo menos aquelas que andam nas estradas, acho que um "ferro", qualquer que seja a sua cilindrada, deve fazer-se anunciar quando chega e isso é algo que não acontece com a Vulcan.

Por coincidência, quando referi ao Gonçalo Silva, que não gostava do escape da Vulcan ele apenas me disse, "Veiga, tens então de ver isto!"

E "isto" o que era? 

O "isto" era um escape da Arrow, de seu nome "Rebel", que dava um aspeto... digamos... bastante mais rebelde, a outra Vulcan que ali estava.

E quando o Gonçalo a ligou... "porra", isto não é rebelde. Isto é selvagem!   


Sentado na Vulcan, encontro aquilo que já esperava. Uma posição de condução "puxada" à frente e acessivel a todo o tipo de estaturas pois, além de ser uma moto baixa e comprida e pesar 229 kg (em ordem de marcha), a repartição de peso pelos dois eixos, facilita sobremaneira qualquer tipo de manobra que se efetue, mesmo a baixa velocidade e até mesmo com a moto parada, algo que, como é óbvio, os menos experientes ou as "ladies", agradecem. 


Motor a trabalhar, primeira metida, deixo as instalações da Rame Moto para trás e enquanto penso que, como habitualmente acontece com este tipo de motos, vou ter de me habituar à condução de uma moto com uma maior distância entre eixos eis que... não preciso de tempo de habituação pois tudo  acontece de forma muito fácil e serena. 
Curva para a esquerda, curva para a direita, abrando para uma rotunda e sim, esta moto, é um brinquedo de tão fácil que é de conduzir, quando comparada com alguns conhecidos "ferros" do mercado, até mesmo quando comparada com alguns de menor cilindrada que por aí andam.


Visto que não há surpresas no que diz respeito à ciclística e travões desta Kawasaki, pois tudo funciona como deve ser - apenas a curvar, se abusamos, temos os poisa pés a "lamberem" o alcatrão, algo que é habitual neste tipo de motos -, chegou a hora de termos uma "conversa" muito séria com este motor de 2 cilindros paralelos, 649 cc, 61 cv de potência e 63 Nm de binário!

E que "conversa"! Para princípio das "hostilidades", mal comecei a puxar por ele, lembrei-me imediatamente da "avó" desta Vulcan, uma tal EN 500 que, em alguns países, já tinha o nome Vulcan. Apesar de, como é logico, existirem grandes diferenças entre este motor e aquele que equipava a antiga EN, o certo é que as semelhanças também lá estão e estas passam pela sonoridade quando se sobe de rotação e sobretudo daquele "punch" e alongamento permitido em cada uma das suas mudanças, provando que, seja na "avó" ou na "neta", o ADN Kawasaki está sempre presente.

Aliás, não podemos esquecer que o antepassado motor da Vulcan - nascido 500 -,  além da EN, também estava montado na GPZ e KLE, o que diz muita sobre a sua qualidade e sobretudo, performances. 
E essas performances têm a sua razão de ser pois, falando de forma simples, este propulsor de 2 cilindros paralelos, basicamente, era metade do fabuloso motor que equipava a mítica Kawasaki GPZ 1000 RX!
 Lembram-se dela? Muitos provavelmente não, mas se derem uma voltinha pelo Google e principalmente pelo Youtube, por certo ficarão encantados com aquela que era, na sua altura, a moto mais rápida do mundo!


Mais umas voltinhas, com algumas paragens para efetuar as fotografias que ilustram este contacto, uma ida às bombas de gasolina para meter "pinga", uma breve paragem para almoço, mais uma voltinha e eis que noto que o indicador de combustível da Vulcan, não é exatamente a coisa mais certa do mundo, pois o que vai indicando, varia conforme a inclinação da moto, as acelerações mais bruscas ou travagens, o vento, sei lá... é conforme lhe apetece.


De regresso à Rame Moto e já a pensar no que iria escrever, chego à conclusão que  esta Kawasaki Vulcan S, por certo irá agradar a muitos motociclistas, sejam eles homens ou mulheres, mais novos ou mais velhos, iniciantes nestas lides ou motociclistas mais experientes, sendo, sem dúvida alguma uma excelente máquina para quem pretender entrar para o fantástico mundo das motos Custom/Cruiser.


Uma curiosidade: sabiam que esta Vulcan aqui em teste é protagonista de uma... telenovela da SIC? Ah pois é! Esta menina é a fiel companheira do "Capitão Diogo", personagem principal da telenovela "Vila Brava", protagonizada pelo actor João Catarré!

PS. Gonçalo, esta já está! Qual é a próxima? 

Características Técnicas
Motor - 2 cilindros paralelos, refrigeração liquida, 8 válvulas, DOHC;
Cilindrada - 649 cc;
Potência - 61 cv às 7500 rpm;
Binário - 63 Nm, às 6,600 rpm;
Alimentação Injeção eletrónica: 38 mm x 2 mm, dupla válvula de acelerador;
Travões 
Dianteira - Disco de 300mm, pinça de 2 êmbolos;
Traseira - Disco de 250mm, pinça de 1 êmbolo;
Suspensões
Dianteira - Forquilha telescópica de 41 mm;
Traseira - Mono amortecedor de montagem assimétrica, 7 modos de ajuste na pré carga da mola;
Quadro - Tubular, aço de alta resistência;
Pneus 
Dianteiro - 120/70 R18M/C 59H;
Traseiro - 160/60 R17M/C 69H;
Dimensões
Cumprimento - 2,310 mm;
Largura - 880 mm;
Altura - 1,100 mm;
Distância ao solo 130 mm;
Altura do assento - 705 mm; 
Depósito de  combustível - 14 litros;
Peso (em ordem de marcha) - 229 Kg

Carlos Veiga (2020)

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