2 de dezembro de 2013

Carro do mês de Dezembro - FIAT 500 L


Viver o Automóvel


Cinco anos após a sua apresentação e mais de 800 mil unidades vendidas do mítico 500, a Fiat voltou a inovar com a apresentação da “L”, uma nova forma de “viver o automóvel”, misturando de forma perfeita os conceitos SW (Station Wagon), SUV (Sport Utility Vehicle) e MPV (Multi Purpose Vehicle), traduzidos em três diferentes modelos: L, Trekking e Living.



Olhando para o 500 L, podemos dizer duas coisas: primeiro, a Fiat soube aproveitar muito bem o sucesso do pequeno 500 para lançar esta “carrinha”, aproveitando assim a “boleia” de tão carismático modelo. 



Segundo, tal não era preciso, pois este automóvel podia sempre fazer parte da gama de automóveis da marca italiana pois, mesmo não evitando o ar de família – e ainda bem que assim é –, consegue ter personalidade própria e uma mão cheia de qualidades impossíveis de serem encontradas no pequeno 500.
Confesso, não fui conquistado ao primeiro olhar por este automóvel, ao contrário do que aconteceu com alguns amigos que se apaixonaram imediatamente e perdidamente, mal o viram.
Comigo, talvez por ter uma perspetiva diferente e maior do mundo automóvel, não é apenas pela beleza das suas linhas que um veículo, seja de duas ou de 4 rodas me conquista. 



Contudo, foi-me conquistando ao longo dos dias em que o tive na minha posse e foi com alguma pena que o tive de a devolver à Fiat, pois é aquele tipo de automóvel que se enquadrada perfeitamente nas necessidades do dia-a-dia e não só.



O que me convenceu neste Fiat? Continuem a ler e já perceberão mas antes de darmos inicio à “dissecação”, tenho de fazer uma referência a certos comentários que fui ouvindo, sobre veículos made in Italy e em particular sobre a Fiat: 
Caros leitores, diz-me a minha experiência de muitos anos ligado a estas coisas dos automóveis e afins que um Fiat de hoje, assim como um Alfa Romeo ou um Lancia, nada tem a ver com alguns modelos, dos anos setenta e oitenta, que tão má fama deram a estas marcas e na minha opinião, com toda a razão! 
Sim, refiro-me aos famosos problemas elétricos dos Uno, Punto, Tempra, Y10 e outros, das famosas “desafinações” dos Alfa 33 e forma geral, da pouca qualidade dos seus materiais e respetiva montagem de que a maioria padecia, dos quais nem mesmo os topos de gama escapavam – Croma, Thema e 164.

Quem hoje em dia experimentar um Fiat, seja ele qual for, rapidamente perceberá que está a “anos-luz” de distância dos modelos atrás citados. 
E se falarmos do Fiat 500L, vão por certo chegar à conclusão que está numa classe à parte, sendo notório o esforço efetuado pela marca italiana para apresentar um modelo novo, original, com uma personalidade e carisma muito próprias e que não tem qualquer tipo de complexo em enfrentar os seus mais diretos adversários.



Temos também de referir a responsabilidade da “herança” que carrega ou não fosse o 500 L descendente direto, tanto do irrequieto 500 como principalmente do Fiat 600 Multipla, provavelmente o primeiro “monovolume” da história
Depois… bem, depois veio o outro Multipla, o tal de três lugares à frente e três atrás, odiado por muitos, muito por culpa do seu aspeto demasiado “excêntrico”, apesar de toda a sua versatilidade e dinamismo. Estranhamente e provando que existem razões que a própria razão desconhece, hoje em dia o Multipla “3+3” é alvo de enorme procura, principalmente por parte dos colecionadores de automóveis que ali vislumbram um automóvel que num futuro, não muito longínquo, poderá valer muito dinheiro.

Quanto ao 500 L, penso que o nome Multipla assentava-lhe que nem uma luva, existindo, ainda por cima, a versão Living, com capacidade para transportar 7 pessoas e respetiva bagagem.



Olhando para a sua carroçaria, não temos dúvida: design italiano! Mas volto a escrever, não fui conquistado logo no início. 
Fui sim, sendo conquistado pois, de cada vez que olhava para este automóvel, conseguia sempre descortinar um novo traço, uma nova curva, algo que me surpreendia, tanto pela sua originalidade e beleza mas também devido às muitas parecenças com o icónico 500. 

Por exemplo, olhem para a dianteira: existe alguma dúvida que estamos perante um 500? Sim é maior e mais rechonchudo, mas o design que tanto sucesso fez e continua a fazer, está ali bem presente!
 Esqueçam os traços retilíneos, linhas agressivas e demasiado rebuscadas dos automóveis atuais. Aqui tudo é simples, arredondado, clássico, sem contudo perder aquele ar tão simpático e bonacheirão do pequeno “cinquecento” que tantos fãs tem ganho por todo o mundo. 

Mas não é só no exterior que sentimos essa simpatia e empatia, pois também lá dentro, por outras razões, acontece o mesmo, ou seja, sentimo-nos em casa, como se o 500 L fosse um “velho conhecido”, mas surpreendendo-nos com detalhes únicos e exclusivos.


Logo à partida temos a facilidade de acesso ao interior, tanto à frente como atrás. 

Portas com dimensões q.b. e de abertura ampla, são fatores decisivos para essa facilidade coadjuvadas pela altura, também q.b., a que se encontram assentos, o que facilita imenso a entrada e saída, mesmo para pessoas com maiores dificuldades físicas, pois neste automóvel ninguém tem de se encolher, dobrar ou ter dotes de contorcionista para entrar ou sair! 

Já sentados a bordo, a maior surpresa! Esqueçam as dimensões liliputianas do 500! 

Aqui não temos de pedir licença ao vizinho do lado para movermos os cotovelos, e nem temos de conduzir com os joelhos encostados ao queixo para que, quem vai atrás, consiga… respirar! 

Apenas em modelos de tamanho XXL, é que me senti tão desafogado a bordo de um automóvel e mesmo assim, na sua grande maioria, existe sempre algo com que embirro, seja com uma consola central de dimensões gigantescas e que por isso mesmo rouba espaço à perna direita, ou porque o apoio central dos braços, atrapalha mais do que ajuda, ou por outra coisa qualquer. 

O certo é que no 500 L, não embirrei com nada! 

Existe espaço a rodos, mesmo para aqueles cujas dimensões e peso limitam sempre a escolha do próximo automóvel. 



E isto acontece tanto nos lugares da frente como nos traseiros, incluindo o lugar do meio que é amplo como deve ser, ajudado pela inexistência do túnel central, que noutros modelos, tanto incomoda quem ali se senta.

E lá mais atrás? Existe a possibilidade de termos 343, 400, ou 1310 L de espaço para bagagem, conforme estejam colocados os assentos, na posição normal, mais chegados à frente ou completamente rebatidos. 






Além da existência de um alçapão que permite configurar de diversas formas a bagageira temos também o sistema “Fold&Tumble” que permite rebater os assentos por completo, oferecendo um compartimento de carga totalmente plano.



Começando a apreciar o tablier e zonas circundantes, onde se incluem os revestimentos das portas, sou obrigado a referir outra vez que este automóvel está num patamar acima do que era até agora normal encontrar na maioria dos modelos da Fiat, até há pouco tempo atrás. 
Claro que ainda vamos encontrar alguns revestimentos de inferior qualidade, principalmente nas zonas mais escondidas, o que pode ser considerado normal, pois isso também acontece em muitos outros automóveis incluindo alguns autointitulados “Premium”.

Mas… para mim, pior do que ter aqui ou ali um plástico de inferior qualidade é, sem dúvida alguma, a existência de ruídos parasitas, algo que não existe neste “italiano”, provando mais uma vez, que já lá vai o tempo em que circular com um Fiat por uma estrada em mau estado, significava sermos brindados com uma cacofonia de sons, ruídos e gemidos, provenientes sabe-se lá de onde. 

Como já disse, esqueçam o passado! O 500L é um Fiat do século XXI!

Olhando agora para o equipamento, convém referir que a unidade aqui em teste, fora toda a parafernália com que vem equipado, trazia ainda dois componentes, que são opcionais e que fazem toda a diferença, combinando na perfeição com toda a sua originalidade e com a forma como “vivemos o automóvel”.
Mas antes de referir quais são, convém dizer que nada falta a este 500 L, incluindo vidros elétricos nas 4 portas, ar condicionado automático bi-zone, Cruise-Control, etc. 



No painel de instrumentos, de fundo branco, temos os habituais “relógios” do velocímetro e conta-rotações e entre estes, estão colocados os indicadores do combustível e da temperatura e abaixo destes, temos um mostrador digital onde temos acesso às mais variadas informações, como por exemplo: hora, temperatura exterior, odómetro total e dois parciais, consumos médios e instantâneos, tempo de viagem, indicação da regulação dos faróis dianteiros, etc.



Na zona central do tablier está colocado um excelente ecrã táctil de 5 polegadas do sistema multimédia Uconnect do Fiat 500L, a partir do qual é possível gerir de forma fácil e bastante intuitiva, os principais conteúdos áudio e de telemática presentes no modelo, como rádio, telemóvel, mediaplayer, i-Pod ou smartphone, Bluetooth, etc. E é precisamente aqui que fazemos referência ao primeiro equipamento extra com que este 500L está equipado.

Falo mais precisamente do espetacular sistema Hi-Fi desenvolvido em colaboração com a “Beats by Dr. Dre” que vem revolucionar o modo como a experiência musical pode ser vivida dentro de um automóvel. 

Os fundadores da Beats, o lendário artista e produtor discográfico Dr. Dre, o presidente da Interscope Geffen A&M Records e o produtor discográfico Jimmy Lovine, trabalharam lado a lado com os engenheiros de som do Grupo Fiat para desenvolver e regular o novo sistema. 

O sistema áudio da Beats inclui, 2 altifalantes mid-woofer com 165 mm de diâmetro colocados nas portas dianteiras; 2 tweeters com 38 mm de diâmetro colocados na zona alta das portas dianteiras; 2 altifalantes full-range com 165 mm de diâmetro colocados nas portas traseiras e um subwoofer com 165 mm de diâmetro com caixa acústica na bagageira. 
A alimentar toda esta parafernália, temos um poderoso amplificador com DSP e 8 canais que integra um avançado algoritmo de equalização desenvolvido pela Beats, recria na perfeição todo o espectro sonoro que um artista experimenta durante as gravações em estúdio.

Posso garantir-vos que é realmente espetacular ouvir, seja que tipo de música for, da clássica ao metal, da popular portuguesa ao Hard Rock mais duro e pesado, a bordo do 500L

E aproveitando a deixa, falemos então do segundo componente opcional mas antes… sugiro que levem o 500 L, até aquele lugar que tanto apreciam, seja à beira mar ou na montanha, coloquem o vosso CD preferido e… degustem um café quentinho enquanto apreciam a paisagem. 




Café? Sim é verdade, o Fiat 500L é o primeiro automóvel de série a propor uma verdadeira máquina de café expresso com sistema de cápsulas Lavazza “A Modo Mio”. 

Esta, encontra-se perfeitamente integrada no habitáculo, graças a um “deque” projetado para o efeito pela Fiat! 

O café é delicioso e quentinho como se quer pois, como não podia deixar de ser, tive de experimentar!



E é chegada a altura de ligar o motor, que neste caso é a segunda geração do conhecido Multijet 1.6 de 105 cv, equipado com uma caixa de seis velocidades, um novo sistema Common Rail que utiliza inovadores injetores capazes de controlar com grande precisão, a quantidade de gasóleo injetada na câmara de combustão com uma sequência de injeções particularmente rápida e também o Start&Stop, com a grande vantagem das revisões serem efetuadas apenas de 30 em 30 mil km.



Este propulsor é capaz de levar o 500 L a ultrapassar a fasquia dos 180 km/h, sem ser muito “guloso”, como pudemos comprovar durante este ensaio pois se, de “prego a fundo” gastou 9 litros aos cem. 





Já numa condução perfeitamente normal, em condições reais e num mix de autoestrada, estrada e cidade, por vezes com muito trânsito, “bebeu” cerca de 6,7 litros. 



Fazendo uma condução do tipo “estou sem guito e o fim do mês ainda está tão longe!”, facilmente se conseguem fazer consumos na ordem dos 5,1 L. 

Em andamento o Fiat 500 L voltou a surpreender-me, primeiro pelo silêncio a bordo, onde nem o facto de estar equipado com um motor a diesel o prejudica, principalmente quando rodamos em 6ª velocidade. 



Dono de um pisar aveludado, somo brindados com uma excelente postura em curva apesar de ligeiro adornar no momento em que o inserimos na curva, para depois se tornar firme permitindo curvar com toda a confiança pois, mesmo a ritmos impróprios para este tipo de veículos, posso garantir-vos que o 500L mantém-se impávido e sereno, isto claro dentro das suas próprias limitações, pois não estamos propriamente a conduzir um Abarth! 


Fator chave na dinâmica e segurança do 500L, foi o trabalho de muitas horas levado a cabo pelos técnicos do Centro de Segurança Fiat. 
Assim, fora os já habituais airbags dianteiros e “de cortina” – podendo também ser adquiridos como opcionais, os airbags laterais e o airbag para os joelhos do condutor –, vamos encontrar neste Fiat o sistema “Daytime Running Lights” (faróis dianteiros com função “luz diurna”), faróis de nevoeiro com função “self-adaptive cornering”, o ABS com BAS (Sistema de Assistência na Travagem), o ESC (Controlo de Estabilidade Eletrónico), o ASR (sistema antiderrapagem), o Hill-holder (sistema que ajuda o condutor em arranques em subidas, de modo a facilitar o arranque sem que seja necessário o condutor acionar o travão de pedal ou de mão), o MSR (funciona quando em situações de baixa aderência se reduz bruscamente a relação da caixa de velocidade, aumentando o binário do motor e assim impedindo que as rodas bloqueiem, o DST (sistema que melhora a segurança e a estabilidade em todas as condições de condução, controlando principalmente a sobreviragem em pisos de baixa aderência) e (ufa, estou cansado!) finalmente o ERM (Controlo eletrónico anticapotamento que intervém caso se verifique uma manobra dinâmica extrema, ajudando a restabelecer a estabilidade do automóvel e restituindo o controlo da viatura ao condutor.) 
  
Como se pode verificar em matéria de segurança a Fiat não deixou o seu crédito por mãos alheias e o resultado está à vista: 5 estrelas nos crash-tests efetuados pela Euro NCAP!  



Também a gama cromática, com 11 cores de carroçaria, constitui um recorde no segmento. Se acrescentarmos 3 cores para o teto, 4 níveis de equipamento (Pop, Pop Star, Easy e Lounge) e 3 cores para as jantes de liga, chegamos a 333 possíveis combinações, sendo ainda possível escolher para o interior diversas combinações conforme o nível de equipamento. 



Resumindo e concluindo, o Fiat 500L é uma lufada de ar fresco no segmento em que se insere, sendo ao mesmo tempo uma forma diferente de “vivermos o automóvel” e isto está bem à vista nas das suas linhas originais, no equipamento de topo, nas 5 estrelas do Euro NCAP e… desculpem, mas já estou cansado de escrever: o 500L está à minha espera para me levar até à beira-mar e deliciar-me com um quentinho café expresso da Lavazza enquanto ouço, outra vez, o novo cd do James Blunt, nas magníficas Beats!

Até já…


Ficha Técnica

Motor - 4 cilindros em linha, 2 árvores de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro.
Cilindrada – 1598 cc
Potência – 105 cv às 3700 rpm
Combustível - Gasolina
Alimentação - Injeção direta MultiJet II "Common Rail" de controlo eletrónico, turbocompressor. 
Binário Máximo – 320 Nm às 1.750 rpm
Emissões de CO2 – 117 g/km
Velocidade máxima – 181 km/h
Aceleração 0-100 km/h – 11,3 seg.
Transmissão – Caixa manual de 6 velocidades
Tração – Dianteira
Pneus 
195/65 R15 - 205/55 R16 - 225/45 R17
(conforme as versões e/ou opções)
Travões
Dianteira – Discos ventilados (284 mm)
Traseira – Discos (251 mm)
Suspensões
Dianteira – Tipo McPherson (rodas independentes)
Traseira – Eixo de torção (rodas interligadas)
Depósito de combustível – 50 L
Peso – 1365 kg
Classe Ecológica – 5+

Agradecimento

Fiat Portugal

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Carlos Veiga (2013)


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