Voltou para arrasar… outra vez!
Que ninguém tenha dúvida, o Corolla, está bem vivo, de excelente saúde e recomenda-se!
Assim de repente e lendo apenas o título deste test-drive, podem estar tentados a pensar que, “ok, o Veiga tem quase 50 anos de idade e começa a entrar naquela fase da sua vida em que um automóvel apenas serve para ser transportado do local A ao local B e… mais nada”… e não podiam estar mais enganados!
Resumindo, o Corolla das últimas gerações, principalmente nas versões de 4 portas, sempre foi visto como sendo um carro “à velho”, por muito que isto custe à Toyota.
E foi a meditar sobre o que escrevi no último parágrafo que me dirigi até às instalações da Toyota, no Prior Velho, para levantar o Corolla e qual não foi o meu espanto, quando o vejo, estacionado entre um, também novíssimo, Rav4 e um Lexus CT 200h.
Por favor, esqueçam lá os Corolla, para a 3ª idade!
O novo Toyota Corolla é lindo, moderno, arrojado, agressivo e… já chega de adjetivos! Já o tinha visto em fotos, mas ao vivo e a cores é fantástico!
Para começar, é grande, muito grande e tem uma zona frontal que… faz frente a qualquer automóvel “Premium” tal é a sua imponência. Assim de repente, consigo vislumbrar ali qualquer coisa entre o Avensis e… Passat!
A carroçaria é longa, mas bem proporcionada terminando numa traseira bojuda, já mais ao gosto dos asiáticos, demonstrando as suas origens, mas que neste caso até fica muito bem, coadjuvado pelas jantes de 16 polegadas e pelo bonito azul-marinho da unidade aqui em teste que lhe dá um ar ainda mais “Premium”.
E isto colocou-me num dilema durante o test-drive e mesmo agora enquanto dedilho estas letras: a que segmento pertence este novo Corolla? Segmento C, dos pequenos familiares ou ao segmento D, dos médios familiares?
Na minha opinião, nem um nem outro, mas sim ali algures no meio e… mais para cima do que para baixo!
E isto porquê? Além das suas avantajadas dimensões, o cuidado posto pelo fabricante nipónico na construção do novo Corolla, usando materiais de excelente qualidade (atrevo-me a dizer que alguns até são superiores aos do Auris!) e uma rigorosa montagem, fazem deste novo Toyota um perigoso rival, não só para os automóveis do segmento C (VW Golf, o Seat Leon, o Skoda Octavia, o Peugeot 307, o Renault Mégane, etc.) mas também um perigoso predador de alguns modelos do segmento D!
Claro que existem grandes diferenças entre um Avensis e um Corolla, principalmente se compararmos propulsores, porque neste aspeto e principalmente no que diz respeito às motorizações diesel, o Corolla está limitado ao “pequeno” 1.4 D-4D de 90 cv.
Já com alguns anos de mercado, o certo é que este propulsor continua a proporcionar umas prestações e principalmente economia. No entanto, as capacidades dinâmicas deste novo Corolla pedem um motor com mais alguns cavalitos.
Atenção, não estou a dizer que o 1.4D-4D é um motor pouco potente, antes pelo contrário pois, dentro dos 1.4 l a diesel é, na minha opinião o melhor motor que existe no mercado. Mas… parece-me que a Toyota está começar a perder algum terreno neste campo, principalmente para a Honda que, com o lançamento do motor de 1.6 de 120 cv, deu um grande passo em frente em termos de oferta.
Que bem que ficava neste Toyota, um novo propulsor de 1.6 L com 120/130 cavalitos…mas claro, isto sou eu a divagar pois a bordo deste Corolla, apenas se sente a falta de uma maior potência quando o viajamos com carga completa, ou seja 5 pessoas a bordo e a enorme bagageira, cheia até às “orelhas”.
Já que falei no “armazém” (maior que a do Auris) convém também referir que, apesar de estarmos perante um típico automóvel de 4 portas, no Corolla existe a opção de rebatermos os assentos traseiros o que aumenta consideravelmente o espaço de arrumação, ideal para irmos ao Ikea, comprar meia dúzia de móveis.
Falo aqui por experiência, pois adquiri uma estante e só depois de ter efetuado a compra é que me lembrei que estava com o Corolla e não com a carrinha lá de casa.
Mesmo assim, tentei transportar a dita cuja e em boa hora o fiz pois no Corolla, baixando as costas dos assentos traseiros (a chapeleira é fixa), as duas compridas embalagens que continham as diversas peças da estantes, couberam que nem uma luva!
Chave na mão e está na hora de aceder ao interior deste Toyota. Assim de repente, parece que estou a bordo da Auris Touring Sports que testámos aqui no Motor Atual (http://motoratual.blogspot.pt/2013/11/carro-do-mes-de-novembro-toyota-auris.html) só que com uma diferença: no Corolla temos mais espaço disponível, tanto à frente como principalmente nos lugares.
Sim é verdade, partindo da base do Auris, o Corolla é ainda mais desafogado, sensação ampliada devido a uma maior área “envidraçada”.
No que diz respeito ao design do interior, nomeadamente do tablier e respetivo painel de instrumentos, é quase uma cópia do que encontramos a bordo do Auris, existindo pequenas diferenças aqui e ali, consoante a versão escolhida.
Estamos perante um excelente nível de equipamento nesta versão Executive, onde não falta praticamente nada pois, desde todas as mordomias proporcionadas pelo centro multimédia “Toyota Touch 2” com ecrã tátil, onde se incluem o sistema áudio, as imagens proporcionadas pela câmara colocada na traseira que facilita imenso nas manobras, passando pelo Bluetooth, dois trips, indicação de consumo médio e instantâneo e da troca ideal de velocidade (no painel de instrumentos), através de duas setas e monitorização da pressão dos pneus.
Temos a acrescentar ainda o volante e a manete da caixa de velocidades em pele, espelhos retrovisores elétricos, luzes diurnas, faróis com sistema “follow me home”, faróis de nevoeiro, ar condicionado automático “dual zone”, sensores de luminosidade e chuva, jantes de 16 polegadas e “Cruise Control”.
No que diz respeito à segurança passiva, a 11ª geração do Corolla possui airbags frontais e laterais nos lugares da frente, assim como airbag de joelhos para o condutor e airbag laterais de cortina que abrange tanto os lugares dianteiros como os traseiros.
No capítulo da segurança ativa, não podia faltar o sistema ABS com Distribuição Eletrónica da Força de Travagem (EBD) e Sistema de Assistência à Travagem (BAS), assim como o Controlo de Estabilidade do Veículo (VSC) e Controlo de Tração (TRC).Mas não é tudo, pois ainda nos falta dizer que o novo Toyota Corolla, em todas as versões está equipado com o Controlo de Assistência nos Arranques em Subida (HAC).
Ligando o motor, ficamos surpreendidos com o silêncio bordo, prova do bom trabalho efetuado pelos técnicos da marca nipónica ao nível da insonorização. Iniciando a marcha fico agradado pelas sensações transmitidas pelas suspensões, que privilegiam o conforto por troca de um comportamento mais apurado de uma condução mais desportiva exige, o que nada tem a ver com esta classe de automóveis. Isto não quer dizer que não se pode puxar por ele pois, mais cedo ficamos limitados pelos 90 cv do seu propulsor, do que pelas suas qualidade dinâmicas que aguentavam bem, mais uns “cavalitos”.
Assim, estamos perante um automóvel com um bom comportamento em cidade (apesar de algumas limitações ao nível da visibilidade traseira), onde apesar das suas dimensões, a ajuda prestada pela câmara traseira permite estacioná-lo facilmente, até mesmo naqueles espaços, onde à primeira vista até pensamos que não cabe, isto tudo coadjuvado pela excelente caixa de 6 velocidades, perfeitamente adequadas a este motor e a este automóvel.
Mesmo quando rodamos por estradas com o piso mais degradado, o Corolla proporciona bons níveis de conforto a quem nele viaja e até mesmo ao passageiro que se sentar lá atrás no lugar do meio, pois tem espaço de sobra para colocar as pernas, não existindo o tradicional empecilho que é o túnel central, habitual neste tipo de veículos.
Em autoestrada e desde que não sejamos demasiado exigentes, comporta-se de forma bastante sã, conseguindo rodar e manter com facilidade velocidades bem acima das que são permitidas por lei, sempre com grande conforto.
Em relação aos consumos, podemos dizer que facilmente se fazem consumos abaixo dos 5 litros por cada 100 km percorridos.
Já a média efetuada durante este ensaio, onde muitas vezes, levámos o mecânica do Corolla ao limite, assim como também enfrentámos as árduas filas da autoestrada Lisboa/Cascais em hora de ponta, ficou-se por uns parcos 6,2 litros.
Tal consumo só pode ser considerado excelente pois, uma coisa são os consumos apresentados pela marcas conseguidos em condições quase perfeitas e outra, muito, muito diferente, é a realidade, ou seja, o uso diário.
Quando me dirigia novamente ao Prior Velho para devolver o Corolla e enquanto estava parado num semáforo, ao olhar para o lado reparei que, mesmo ali ao lado, estava um táxi de pequenas dimensões, onde dificilmente lá caberiam 4 pessoas “grandes” e respetiva bagagem. Rapidamente cheguei à conclusão que este Toyota Corolla 1.4 D-4D poderá também ser uma excelente opção para este tipo de serviço, pois possui todos os requisitos exigidos para ser a “ferramenta” de trabalho ideal.
E o que é essencial um veículo ter para ser um ótimo táxi?
- Espaço -
- Grande Bagageira -
- Bem equipado -
- Conforto -
- Economia -
Se juntarmos a estas qualidades a tradicional fiabilidade Toyota, rapidamente chegamos à conclusão que é a escolha ideal.
Este excelente automóvel, tanto pode ser usado como ferramenta de trabalho, como também é o veículo ideal para aqueles que, não pretendendo abdicar do conforto, segurança e de muitas das mordomias que só os veículos de gama superior conseguem oferecer, pretendem, acima de tudo, que tenha um preço acessível e é exatamente o que acontece com o novo Toyota Corolla 1.4D-4D que mesmo nesta versão de topo, a Executive, tem o excelente preço de 25.950,00 €.
Sem dúvida, o Toyota Corolla voltou para arrasar… outra vez!
Ficha Técnica
Motor – 4 cilindros, turbo-intercooler
Combustível – Gasóleo
Cilindrada – 90 cv às 3800 rpm
Binário Máximo – 205 Nm às 1800 rpm
Alimentação – Injeção direta + turbo + intercooler
Transmissão – Dianteira, caixa de 6 velocidades manual.
Velocidade máxima – 180 km/h
Dimensões (comp x alt. x larg.) – 4,62 m/1,46 m/1,77 m
Bagageira – 452 L
Peso – 1395 kg
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