Introdução – Pela terceira vez, aqui no Motor Atual, temos o previlégio de testar um Honda Civic, todos eles equipados com aquele que consideramos ser um dos melhores (só não dizemos que é o melhor para não ferir suscetibilidades!) motores diesel, de 1,6 litros.
Da primeira vez que testámos o Civic (http://motoratual.blogspot.pt/2013/09/carro-do-mes-honda-civic-16-i-dtec-sport.html) gostámos do aspeto desportivo, - apesar da pouco consensual traseira -, do comportamento dinâmico, equipamento e sobretudo do, na altura, novíssimo motor, que nos surprendeu pela sua disponibilidade, isenção de vibrações e... consumos.
O segundo Civic a ser testado pelo Motor Atual, foi a versão Tourer (http://motoratual.blogspot.pt/2015/03/honda-civic-tourer-16-i-dtec-dinamica-e.html) com a qual fizemos um fim-de-semana em família, com passagem pela Serra da Estrela, debaixo de muita neve, chuva e temperaturas negativas. No regresso a casa e tal como acontece sempre que se vai à "santa terrinha", ficámos bastante agradados com a enoooorme capacidade de carga da Tourer, pois trouxemos de tudo, desde a bela saca de batatas, a duas enormes abóboras, fora as cebolas, cenouras, couves, maçâs, peras, etc, etc.
E carregada até às "orelhas", deu para sentirmos a eficácia da inovadora suspensão traseira adaptável, a qual, mesmo com tanto peso, manteve intactas as capacidades dinâmicas, mesmo quando abusámos um pouco (sendo sincero... abusámos muito!), nas muitas curvas da N17.
E agora, tivemos o prazer de conviver durante uma semana, com o renovado Honda Civic, aqui na nova versão Sport, em comercialização desde o príncipio do ano. Terá sido esta renovação do Honda Civic apenas um ligeiro "lifting", como acontece com a maioria dos seus rivais, ou a marca nipónica, aproveitou a oportunidade, para ir mais longe e beneficiar o seu campeão de vendas com algo mais que apenas modificações estéticas?
É o que vamos ficar a saber já seguir:
Estética & Acabamentos - No que diz respeito à estética e em particular a esta nova versão Sport do Civic não existem dúvidas, existe uma real aproximação ao aspeto aguerrido e desportivo do muito especial Type-R que está quase a chegar a Portugal.
Assim, o Honda Civic Sport Nevada aqui em teste tem como diferenças principais em relação ao modelo normal, um para-choques frontal com rede na sua zona inferior e no interior vamos encontrar o tejadinho forrado com tecido de cor preta, além de partilhar todas as outras alterações a que o Civic foi sujeito, tais como por exemplo os novos faróis dianteiros com luzes diurnas integradas (de bonito efeito), novo para-choques traseiro tal como o spoiler, para além de farolins traseiros equipados com leds.
Em relação ao interior, existem também diferenças no que diz repeito à versão anterior que passam pelos novos tecidos e costuras dos assentos e encostos de cabeça, novos paíneis nas portas, puxadores cromados e o painel de instrumento passou a ter acabamentos em preto metalizado, o que amenizou em parte, os reflexos da iluminação no próprio painel e no vidro.
Grande novidade é a introdução do Sistema Honda Connect (já lá iremos), que diminui de forma drástica a quantidade de botões que existiam na consola central, ficando com um aspeto mais moderno e "clean".
Quanto à qualidade dos materiais e apesar de basicamente estar ao bom nível do que a Honda nos tem habituado, quem já andou e principalmente conduziu o Civic na versão anterior, irá sentir, tal como nós sentimos, que existe um ainda maior cuidado na montagem dos diversos componentes, pois todo o habitáculo está mais justo, mais sólido, apesar de que, aqui e ali, principalmente nas zonas inferiores, mais escondidas, vamos ainda encontrar alguns plásticos de inferior qualidade e mais susceptíveis a ficarem riscados se não houver algum cuidado.
Não existe qualquer tipo de duvida que a Honda, ao renovar o Civic, não quis apenas refrescá-lo no que diz respeito ao design, mas acima de tudo melhorá-lo globalmentee isso tanto se sente quando nos instalamos a bordo, como principalmente em andamento.
Ergonomia & Equipamento - Em relação ao espaço, tudo permanece na mesma e atrás, três pessoas viagem comódas, desde que não sejam de tamanho XXL. Quanto aos lugares, a nota negativa vai para o assento traseiro, cuja base é "curta", quando comparado com alguns dos seus rivais.
Já nos lugares da frente, espaço é coisa que não falta, tanto para condutor como para o passageiro que viajam comodamente instalados, e rodeados por um painel de instrumentos e consola central "espacial".
Contudo, mantém-se a mesma dificuldade em encontrar uma posição de condução perfeita, ou seja, na qual consigamos estar bem sentados e ao mesmo tempo termos a visibilidade total para o futurista e espetacular (principalmente de noite) painel de intrumentos. Com alguma paciência conseguimos mas fica sempre a sensação de conduzirmos um pouco mais alto do que gostariamos.
A consola central foi modernizada, tendo agora incorporada o novissímo sistema Honda Connect – um rapidíssimo processador Dual-Core NVIDIA Tegra 3, específico para automóvel – onde através de um ecrã de 7 polegadas temos acesso a uma imensa panóplia de funções e aplicações, entre as quais se destacam o rádio com transmissão de aúdio AM/FM digital /DAB), ligação Bluetooth, acesso à Internet, navegação por satélite e câmara traseira que dá uma grande ajuda quando pretendemos estacionar.
O ecrã pode ser modificado e e para isso existem duas "máscaras" diferentes, dando assim a possibilidade ao condutor de personalizar o sistema.
Através do Honda Connect, temos também acesso aos conta-quilómetros parciais, indicadores de consumos e tempo de viagem.
Muito interessante é a a aplicação Aha (pré-instalada de série) que, através da ligação de internet do seu smartphone ou de um router WiFi móvel dá acesso a um rol imenso de de informações e conteúdos. E através do Honda App Center, sempre pode fazer o download de outras aplicações que sejam do seu interesse.
Pessoalmente e é apenas e só a minha opinião, penso que atualmente e cada vez mais, os construtores, TODOS os construtores, estão a "carregar" os automóveis com muita "diversão" que de forma preocupante, distraí os condutores, o que como se sabe, é prejudicial para a condução praticada.
Aliás, é cada vez mais normal um cliente entrar num concessionário, seja de que marca for e estar mais interessado em saber se o carro tem acesso à internet ou se temeste ou aquele gadget, do que em saber a potência, os consumos, as performances, ou o equipamento de segurança que trás de série. Para muitos isto é tudo secundário, desde que possua um ecrã de tamanho XXL, carregado de tudo o que sejam aplicações e brinquedos. O que é pena...
Felizmente... um Honda é sempre um Honda e é aqui que entramos no próximo capitulo:
Motor (Performances & Consumos) – A maioria, ou pelo menos aqueles que, de alguma forma estão ligados aos automóveis sabe que um propulsor a diesel, seja ele qual for, precisa de um periodo de rodagem mais longo que um a gasolina, ou seja, enquanto para este último, ao fim de poucos milhares de quilómetros já se encontra em toda a sua plenitude, no motor alimentado por gasóleo, são sempre preciso muitos mais quilómetros para que este atinja a sua máxima eficácia, seja ao nível das performances e consumos. Ok, isto não é novidade nenhuma e para alguns que estão a ler este teste é simples "palha", mas já vão perceber a razão desta, digamos, "palha".
Ora vamos a isto: este Civic, tal como os outros dois referidos no começo deste texto, testados aqui no Motor Atual, fazem uso do mesmo propulsor, o 1.6 i-DTEC "Earth Dreams" que debita 120 cv ás 4000 rpm e atinge um excelente binário máximo de 300 Nm logo ali às 2000 rpm e que, volto a dizê-lo, é um dos melhores do seu segmento, graças não só à forma expedita com que sobe rotação, mas também à quase total ausência de vibrações e... ruído, pois fora algumas as vezes que dei por mim a "ligar" o motor, quando este já se encontrava em funcionamento. Aqui também temos de dar os parabéns à Honda pelo excelente trabalho efetuado ao nível da insonorização e é aqui que começam as diferenças as reais para as versões anteriores.
Além de ao ralenti estar mais silêncioso quando comparado com os outros dois Civic que testámos este, de 2015, quando se puxa por ele, ganhou um ronco que, de alguma forma é mais conivente com uma condução digamos, mais despachada. Anteriormente, o som tinha sempre um "sabor" a diesel, enquanto este, deixa-nos um ligeiro travo do som de um quatro cilindros a gasolina. É claro que prefiro assim!
E as performances? Aqui é que entra aquela lengalenga toda sobre as rodagens. Explicando melhor, com o primeiro Civic que testámos e na nossa "pista de testes" que fica algures a caminho do Algarve", atingimos a velocidade máxima de 216 km/h, isto com duas pessoas a bordo.
Com a Tourer, já com três pessoas a bordo e a bagageira a 50% da sua capacidade, ficámo-nos por uns muito simpáticos 213 km/h e agora com a versão 2015, também com 3 pessoas a bordo e respetiva bagagem, lográmos atingir uns magnificos 219 km/h. Ok, a diferença até podia não ser muito se a quilometragem apresentada por cada uma destas unidades fosse similar, pois tanto o primeiro Civic como principalmente a Tourer, já apresentavam quilometragem, acima dos dez mil km, enquanto o Civic Sport Nevada aqui em teste, era praticamente novo e por isso mesmo, pouco rodado.
Mas não foi apenas ao nível da velocidade que houve diferenças pois, se assim fosse, não estaria a dar tanta importância a esse facto, mas sim ao comportamento no geral do motor da versão de 2015 que está mais refinado, tanto no som, como já referi mas, também na forma como é mais lesto nos arranques e nas recuperações.
No press-release que recebemos da Honda não consta qualquer tipo de alteração no motor, mas por vezes basta umas ligeiras afinações, um toque aqui e outro ali, para que um propolsor tenha um comportamento totalmente diferente e apesar da marca nada ter referido, penso que foi exatamente isso que aconteceu, um ligeiro "upgrade" ao nível da entrega do motor, apesa de nada ter sido alterado no que diz respeito à ficha técnica.
O que se mantém na mesma são os consumos, pois entre os 5,8 L gastos efetuando uma condução totalmente normal, num misto de cidade/estrada/autoestrada e os 8 Litros gastos num ritmo, digamos, ao estilo "pé a fundo e fé em Deus", o Honda Civic, continua a ser um dos automoveis do segmento C, mais económicos do mercado e sim, isto são valores REAIS e não aqueles, miraculosos, que nos são apresentados pelas marcas!!
Dinamismo & Eficácia - É precisamente aqui, no que diz respeito ao dinamismo e eficácia, que surgem as maiores novidades do novo Civic!
Tem tudo a ver com o facto deste automóvel estar agora equipado com um novo conjunto de suspensões que melhorou muito o comportamento em curva, sendo agora ainda mais preciso a curvar, mesmo quando abusamos da velocidade na entrada, com a frente sempre agarrada ao chão (só lá mesmo, mesmo no fim, e abusando muito é que sentimos a frente a querer começar a "resvalar"), sempre muito bem seguida pela certinha traseira, sem sobressaltos de maior.
O Civic ostenta em curva (atenção que estou a falar da unidade aqui em teste, a versão Sport Nevada, equipada com jantes de 17 polegadas) um comportamento algures entre a suavidade e a certeza de um VW Golf e o espirito latino do Seat Leon.
Bom, na verdade, mais Leon que Golf, pois com estas novas suspensões, o carro nipónico, também ficou mais "durinho" (só assim se conseguia que curvasse melhor!) o que se sente mais quando circulamos por estradas em mau estado, mas mesmo assim nada que comprometa o conforto a bordo. Digamos que estamos perante um carro japonês com... comportamento germânico.
Se juntarmos ainda a tudo o que já foi referido atrás, a panóplia de equipamento de segurança com que este modelo vem equipado – Assistência à Condução Ágil, Sistema de Travagem Activa, Sistema de Assistência à Estabilidade, Sistema de Direção Assistida Eletrónica, Sistema CTBA (City-Brake Activ Sistem, etc) – promovendo a todos níveis a máxima segurança, deixando para o condutor apenas o "trabalho" de poder usufruir da condução prazeirosa deste autómovel.
No que diz respeito às revisões, o Honda Civic apenas tem de visitar a oficina de 20 em 20 mil quilómetros ou 1 ano de utilização. A primeira revisão, segundo a marca, tem um custo a rondar os 150 .€
Já em relação à garantia podemos contar com os habituais (na Honda) 3 anos, podendo ser cinco se optarem pela garantia suplementar H2 (http://www.honda.pt/cars/owners/warranty.html).
Conclusão Motor Atual - Podemos afirmar com toda a convição que o Honda Civic está ainda melhor e é agora, ainda mais, uma opção a considerar para aqueles, que, precisando de um automóvel económico e fiával, capaz de transportar cinco pessoas e bagagem, náo queiram deixar de lado algumas das sensações de condução de um automóvel desportivo.
Não é o Type-R (esse está quase, quase, a chegar!) mas que dá muito gozo conduzi-lo, - graças ao excelentes 120 equídeos do seu propulsor e agora, à maior eficácia em curva devido ao novo conjunto de suspensões -, quando mudamos o nosso "chip" do modo "Condução-de-Pai-de- Família" para o modo "Condutor-que-Pensa-que-é-Piloto-de-Competição", lá isso dá!
Aspetos Positivos:
- Design, cada vez mais consensual e ainda mais desportivo, principalmente nesta versão Sport.
- Design de "nave espacial" de todo o painel de instrumentos.
- Equipamento ainda mais completo, onde destacamos o Honda Connect.
- Melhoria sentida na montagem dos diversos componente.
- Motor com, uma ainda melhor resposta ao acelerador.
- Mais eficaz em curva.
- Consumos.
Aspetos Negativos:
- Alguns revestimentos plásticos susceptíveis a ficarem facilmente riscados, nas zonas inferiores do habitáculo.
- Dificuldade em encontrar a posição de condução ideal, enquadrada com a total visibilidade para o painel de instrumentos.
- Para alguns, poderá estar um tudo-nada rijo demais.
Especificações Técnicas
Motor - 1.6 i-DTEC
Cilindrada - 1.597 cc
Potência máxima – 120 cv às 4000 rpm
Binário máximo – 80 Nm às 2000 rpm
Transmissão – Tração dianteira / Caixa manual de seis velocidades
Dimensões
Comprimento – 4.370 mm
Largura total (incluindo os espelhos das portas) - 2.065
Altura total (incluindo a antena) - 1.470 mm
Distância entre eixos - 2.595 mm
Altura ao solo - 145 mm
Capacidade da bagageira (bancos traseiros levantados) – 477 litros
Peso (em ordem de marcha) - 1.307 kg
Capacidade do depósito de combustível – 50 Litros
Avaliação Motor Atual
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Motor - 1.6 i-DTEC
Cilindrada - 1.597 cc
Potência máxima – 120 cv às 4000 rpm
Binário máximo – 80 Nm às 2000 rpm
Transmissão – Tração dianteira / Caixa manual de seis velocidades
Dimensões
Comprimento – 4.370 mm
Largura total (incluindo os espelhos das portas) - 2.065
Altura total (incluindo a antena) - 1.470 mm
Distância entre eixos - 2.595 mm
Altura ao solo - 145 mm
Capacidade da bagageira (bancos traseiros levantados) – 477 litros
Peso (em ordem de marcha) - 1.307 kg
Capacidade do depósito de combustível – 50 Litros
Avaliação Motor Atual
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Carlos Veiga (2015)
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