Introdução – É evidente que a Nissan, com a sua gama de veículos "Crossover", esmagou simplesmente a concorrência, tendo sido primeiro o Qashqai e depois o Juke, os principais "culpados" desse tremendo sucesso e que trouxe de novo, a marca nipónica para o top de vendas do mercado europeu.
Mais tarde e para consolidar ainda mais a marca como líder deste conceito tão em voga, surgiu ainda o X-Trail com os seus sete lugares.
Quanto ao Qashqai, pouco mais há para dizer pois apesar das recentes investidas efetuadas por outras marcas, o certo é que com o lançamento da nova geração, o "Rei dos Crossovers", continua, com toda a pompa e circunstância a reinar por essa Europa fora.
Seguindo as pegadas do "rei", temos o "principe" Juke, também ele um Crossover, mais pequeno, do segmento B e especialmente dirigido aos que, pretendo um veículo citadino, são fãs do conceito todo-o-terreno ou seja, claro que um Juke não serve para escalar montanhas, mas não deixa de ser o veículo ideal para quem circula diariamente nas grandes urbes, cujas avenidas e ruas, cada vez mais parecem a superficie lunar, com as suas imensas "crateras" de todos os tamanhos e feitos.
Assim sendo e depois de termos aqui, no Motor Atual e bem recentemente, testado o Nissan Qashqai 360 DIG-T 1.2 (http://motoratual.blogspot.pt/2015/07/nissan-qashqai-360-dig-t-115cv-o-rei.html), trazemos agora até vocês o Juke, não uma das versões "normais" mas uma muito especial que só pelo nome que ostenta merece toda a atenção, curiosidade e... porque não dizê-lo com toda a frontalidade, respeito, pelo menos por todos aqueles que tiveram a "coragem" de lhe fazer frente, durante os dias em que esteve na nossa posse.
Falamos, como não podia deixar de ser do Nissan Juke Nismo RS, aqui na versão comemorativa do 30º aniversário da marca Nismo que identifica todos os Nissan "especiais" produzidos pelo departamento de competição da marca, a Nissan Motorsports.
Será que o Juke Nismo RS, é assim tão diferente do Nissan Juke "normal?
É o que vamos ficar a saber, já a seguir!
Design & Acabamentos – Antes de irmos ao que realmente interessa, uma confissão deste vosso escriba: sei que devo deixar de lado os meus gostos pessoais sempre que faço um ensaio a um automóvel ou moto, tentando ser o mais imparcial possível, o que sou (e existem algumas marcas que não acham muita "piada" a isso...) , mas não é por isso que deixo de dar a minha opinião e por isso mesmo refiro aqui e desde já que nunca achei piada ao Juke.
Explicando melhor, até o acho engraçadinho, simpático e gosto em especial do design atrevido e "sexy" da traseira só que, quando chego à frente deste Nissan e vejo aqueles dois "olhos enormes e esbugalhados" a olharem para mim, fico deveras incomodado! De quem terá sido a ideia de colocar uns faróis de camião num "jipinho" tamanho "small"?
Mas... e aqui é que está o que realmente interessa e infelizmente para mim e felizmente para a Nissan, que vende Jukes como quem vende bolas de berlim numa qualquer praia lusitana num belo dia de verão, o certo é que a maioria das pessoas com quem falei acerca do Juke disseram-me que o que mais gostavam neste automóvel, era precisamente os seus gigantescos faróis, que lhe davam e cito o que uma amiga disse, "aquele olhar de sapo simpático e fofinho"!
Resumindo e concluindo, os designers da Nissan acertaram na mouche ao desenharem um automóvel com... cara de sapo.
Só que... existe o Juke e... existe o Juke Nismo! E o certo é que no Nismo, até consigo aceitar de forma diferente os tais olhos esbugalhados que ali me parecem melhor (muito melhor!) integrados no design, muito por culpa de toda a agressividade que está patente nesta versão muito especial.
Logo na frente, temos um novo parachoques que inclui um spoiler frontal de maiores dimensões e um "lábio" redimensionado tal como acontece com o traseiro. Estes apendices aerodinâmicos não servem apenas para darem um ar mais desportivo a este automóvel mas acima de tudo para diminuir a resistência ao vento na zona frontal e ao mesmo tempo, manter o Nismo agarrado ao asfalto - devido ao defletor traseiro em carbono o Juke Nismo tem um ganho de 37% na força descendente aerodinâmica, quando comparado com a versão "normal".
Acrescentemos ainda os guarda-lamas mais baixos, defletores laterais, jantes de 18 polegadas de desenho especifico e a decoração exclusiva Nismo, que inclui faixas vermelhas inseridas em todas as cores exclusivas para este modelo (branco, preto e cinzento) e isto tudo rematado, na traseira, por uma ponteira de escape de generosas dimensões.
O certo é que o Nissan Juke Nismo, não passa despercebido em nenhum lado, seja parado, em andamento, ou entalado numa qualquer fila de trânsito.
Ok, ok, tenho de dar o braço a torcer... Depois de uma semana com o Nismo, começo a olhar para os Jukes, mesmo os ditos "normais", de forma diferente...
Também no interior é bem visível a mão dos técnicos da Nissan Motorsport, nem que fosse apenas pela presença das fantásticas baquetes da Recaro revestidas a "alcântara", tal como nos assentos traseiros.
Pormenores únicos como, por exemplo, a pala do painel de instrumentos forrada com o mesmo material dos assentos e debruada com linha vermelha, a pedaleira desportiva em alumínio, dão um toque original e ainda mais desportivo ao interior deste Juke.
O volante desportivo é forrado a pele e a... alcântara e é precisamente aqui que tenho de dar a minha opinião (mais uma!) sobre este pormenor: parece que é moda, as marcas (ainda nem todas!) usarem este tipo de material nos volantes dos seus modelos mais desportivos. Até percebo pois, os volantes ficam com um aspeto bastante mais desportivo, seguindo a imagem dos automóveis de competição, mas uma coisa é a imagem e outra, bastante diferente, é a sua utilização no dia a dia.
O uso de alcântara é ótimo quando conduzimos com luvas tal como acontece – e é obrigatório – na competição e aí sim, obtemos um fantástico "grip" no que diz respeito ao "agarrar" o volante. Só que no dia a dia, ninguém conduz de luvas e aí, o contacto da pele com a alcantara pode não ser o mais agradável e perde-se muito do "grip", que é transmitido, por exemplo, por um volante forrado com pele de boa qualidade. E como já pude comprovar em alguns automóveis, ao fim de pouco tempo e derivado do uso, a alcântara, que é um tecido composto por poliéster e poliuretano não fibroso, gasta-se com alguma facilidade, começando a ficar com mau aspeto.
Também não nos podemos esquecer do facto que existe muita boa gente que detesta e até são alérgicas ao tacto de tudo o que seja do tipo "pele de pêssego", tal como a "alcàntara".
Senhores fabricantes, ou começam a incluir um kit de luvas no equipamento de origem dos vossos automóveis mais desportivos, ou decididamente, deixem a "alcântara" apenas para a competição.
Voltando ao interior do habitáculo do Juke Nismo, algo que também salta à vista é o conta-rotações de cor vermelha e a nomenclatura Nismo no seu interior para que não existam dúvidas (como se por esta altura ainda fosse possível ter alguma!) que estamos a bordo de um Juke diferente...
Equipamento - No que diz respeito à segurança, temos os habituais airbags frontais, laterais e de cortina desactiváveis, ABS-EBD-VDC, ESP, Indicador de baixa pressão dos pneus, sistema Isofix (2 suportes no assento traseiro), sensor de chuva, faróis de ativação automática, Escudo de Proteção Inteligente (aviso de ângulo morto, deteção de objetos em movimento, aviso de mudança involuntária de faixa e nesta versão Nismo 4X4, sistema de tração integral activo com função de cálculo do binário, faróis de xénon.
A isto temos de acrescentar os comandos (patilhas) da caixa, atrás do volante, perfeitos numa condução desportiva, cruise control, a carroçaria reforçada com especificações únicas no Nismo, tal como a suspensão rebaixada e discos de travões de maiores dimensões (320 mm).
Mas mesmo sendo uma versão desportiva muito especial, este Juke está extremamente bem equipado no que diz respeito a mordomias, capaz de satisfazer até o condutor mais exigente neste capitulo.
Assim, temos por exemplo o NissanConnect que através de um ecrã tátil anti-reflexo e de alta resolução de 5,8 polegadas, dá acesso ao sistema de navegação em 3D, Smartphone, Google Send-to-Car, Bluetooth e sistema de áudio com CD e conetor MP3 (USB) e seis colunas de som, computador de bordo com indicador da temperatura exterior, chave inteligente, ar condicionado automático, etc.
Motor & Consumos – Na "sala das máquinas" vamos encontrar um motor de 4 cilindros, 4 válvulas por cilindro, turbo com intercooler e sistema de injeção de alta pressão que basicamente é o mesmo que equipa, por exemplo, o Renault Clio RS e também a versão de topo do Nissan Pulsar (em teste brevemente aqui no Motor Atual) atingindo nestes autómóveis valores de potência especifica entre os 190 e 200 cv, enquanto que no Juke Nismo Xtronic 4X4 e nesta versão especial 30º Aniversário aqui em teste, chega bastante mais longe atingindo os 214 cv de potência máxima às 6000 rpm e um binário máximo de 250 Nm às 5600 rpm.
Se optar pela versão equipada com caixa manual de seis velocidades, estes valores ainda são superiores, atingindo os 218 cv e 280 Nm.
Para colocar de forma efetiva os 214 cv no chão, este Nismo está equipado com a nova caixa automática Xtronic que na prática é o conhecido sistema CVT (variação continua) no qual agora é possível "meter mudanças", pois o sistema comporta agora 8 relações diferentes, que podem e devem ser acionadas através das patilhas colocadas atrás do volante.
Dizemos que, podem e devem ser usadas porque é apenas através do uso deste sistema, no modo manual, que conseguimos retirar todo o sumo deste propulsor que, apesar de ter uma resposta contundente a baixa rotação, é acima das 4000 rpm que ele gosta de trabalhar e nos oferece toda a sua pujança, com o sistema 4x4 a colocar toda a potência no chão existindo apenas algumas perdas de tração momentaneas, na saída dos ganchos mais apertados.
Mesmo assim, apenas temos de confiar, manter o acelerador em baixo, pois a transmissão integral não deixa o Juke perder a postura e isto apenas acontece, quando se efetua um tipo de condução para lá dos limites da razoabilidade.
Quanto aos consumos, tanto conseguimos efetuar medias na casa dos 6,6 litros, numa condução normal, no dia a dia, como... acima dos 20 litros, (indicados no computador de bordo) quando passamos da simples condução diária, para... uma pilotagem à Nismo!
Claro que, aqui os fatores Crossover + motor de alto rendimento + CVT + 4x4, fazem mossa.
Mas fica a pergunta: quem compra um Nissan Nismo, vai andar a fazer médias ou a pensar em consumos? Para esse efeito, comprem uma das versões normais pois este Juke, definitivamente, pertence a outro campeonato!
Na prática - Os que pensam adquirir o Juke Nismo, por certo ficarão na dúvida: versão de caixa de velocidades manual ou este aqui em teste, com o sistema Xtronic.
Bom, na minha opinião, penso que tudo se resume a isto: se o que pretende é apenas performances puras, escolha a caixa manual. Se às performances, que neste caso são ligeiramente inferiores, pretende ter (quase) acesso às mesmas sensações de condução de um automóvel (quase) de competição, então a escolha óbvia é o Juke Nismo RS Xtronic.
No entanto, advirto também que é preciso um certo tempo de habituação a este sistema para que consigamos explorá-lo convenientemente.
Como já referi, estamos perante um sistema de transmissão de variação contínua que tem um funcionamento diferente das normais caixas de velocidades automática.
Assim e após o tal periodo de adaptação, o gozo que retiramos da condução deste Nismo é enorme pois aprendemos que devemos usar e abusar das patilhas e aí sim a diversão é total.
Aqui poderia dizer que na condução habitual do dia-a-dia podemos selecionar o modo automático, no modo Eco e deixar o Xtronic ter todo o trabalho mas querem um conselho? Esqueçam isso! Se é para andamentos baixos e efetuar uma condução normal, volto a escrever pela "enésima" vez, comprem um Juke normal, de preferência a versão a diesel com ótimos consumos e um comportamento bastante agradável.
Muito bem sentados nas excelentes baquetes da Recaro, com tudo ali à mão, rapidamente nos esquecemos que vamos a conduzir um pequeno crossover pois até mesmo os olhares vindo dos condutores dos automóveis que nos rodeiam, indicam que este é um automóvel muito especial.
Aliás, só nos lembramos que conduzimos um Crossover quando, fazendo uma condução nos limites, sentimos nas curvas o adornar típico deste tipo de veículos, apesar deste ter uma menor altura e da sua suspensão ter uma afinação específica para este tipo de condução.
No fundo tudo se resume mais a uma questão de confiança no sistema 4x4 pois, mesmo naquelas curvas onde entramos com demasiada confiança e começamos a rezar a todos os santinhos, o certo é que o Juke Nismo sai delas airosamente, todo torcido é certo, mas sai, algo que seria totalmente impossível de ser efetuado no Juke "normal" ou até mesmo no Juke Nismo de apenas duas rodas motrizes que nestas mesmas condições, garantiria e na melhor das hipóteses, uma saída de frente com grandes possibilidades de irmos conhecer muito de perto aquele grande eucalipto que se encontra nobre e serenamente instalado, no outro lado da estrada.
Sendo uma versão desportiva, logo, mais rijo que a versão normal, estaríamos por certo à espera que o Nismo fosse desconfortável como uma tábua mas, o certo é que até é um automóvel que proporciona um nível de conforto bastante aceitável, muito acima de outros com as mesmas caracteristicas.
Comentário Motor Atual - Lá diz o ditado "cada um é para aquilo que nasce" e no caso do Nissan Juke Nismo RS 30º Aniversário aqui em teste, não temos dúvidas ao afirmar que nasceu para para ser conduzido por todos aqueles que, além de quererem um automóvel que se destingue do "rebanho", não prescindem de usufruir de uma condução desportiva e divertida - e neste capitulo, este "very special Crossover", dá dez a zero aos seus principais rivais.
O Nissan Juke Nismo RS é para aqueles condutores e condutoras que, mesmo nos percursos diários casa/trabalho/casa com passagem pela escola dos miúdos e supermercado, não querem prescindir de bons momentos de condução e nisso este automóvel transporta-nos para uma nova dimensão que apenas está ao alcance de alguns.
Pensando melhor... nem tem rivais, pois é um veículo único!
Aspetos Positivos -
- Design agressivo e desportivo desta versão.
- Equipamento.
- Posição de condução proporcionada pelas excelente baquetes Recaro.
- Apesar de ser um desportivo, é confortável.
- Motor pujante principalmente acima das 4000 rpm.
- Patilhas atrás do volante.
- Rapidez do funcionamento do Xtronic.
- Aumento de segurança e diminuição de perdas de motricidade proporcionado pelo sistema 4X4.
- Ser um Nismo.
Aspetos negativos -
- Qualidade inferior de alguns plásticos nomeadamente nos revestimentos das porta e zonas inferiores do habitáculo.
- Volante forrado a alcântara.
- Caixa Xtronic castra a potência e as performances quando comparado com a versão de caixa manual de seis velocidades.
- Consumos no modo "Maximun Atack".
Especificações Técnicas
Motor – (CVT M8) 4 cilindros, 4 válvulas por cilindro, refrigeração líquida.
Cilindrada – 1618 cc.
Potência Máxima – 214 cv às 6000 rpm (versão manual 218 cv.
Binário Máximo – 250 Nm às 5600 rpm (versão manual 280 Nm às 4800 rpm)
Alimentação – Injeção sequencial de alta pressão.
Transmissão – Automática CVT – Xtronic, com 8 velocidades pré-programadas.
Direção – Cremalheira e pinhão, assistida.
Travões – 4 Discos (dianteiros ventilados). ABS com EBD e assistência de travagem de emergência. ESP.
Suspensões
Dianteira – Independente, tipo Mcpherson.
Traseira – Independente Multilink.
Pneus – 225/45 R18
Dimensões (Comp. X Larg. X Alt.) - 4135 / 1765 /1565 (mm)
Distância entre eixos – 2530 mm
Depósito Combustível – 50 L (versão manual 46 L)
Peso – 1461 kg (versão manual 1341 kg)
Performances (dados do fabricante)
Aceleração dos 0 aos 100 km/h – 8,0 seg (versão manual – 7 seg)
Velocidade máxima – 200 km/h (versão manual – 220 km/h)
Avaliação Motor Atual
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Motor – (CVT M8) 4 cilindros, 4 válvulas por cilindro, refrigeração líquida.
Cilindrada – 1618 cc.
Potência Máxima – 214 cv às 6000 rpm (versão manual 218 cv.
Binário Máximo – 250 Nm às 5600 rpm (versão manual 280 Nm às 4800 rpm)
Alimentação – Injeção sequencial de alta pressão.
Transmissão – Automática CVT – Xtronic, com 8 velocidades pré-programadas.
Direção – Cremalheira e pinhão, assistida.
Travões – 4 Discos (dianteiros ventilados). ABS com EBD e assistência de travagem de emergência. ESP.
Suspensões
Dianteira – Independente, tipo Mcpherson.
Traseira – Independente Multilink.
Pneus – 225/45 R18
Dimensões (Comp. X Larg. X Alt.) - 4135 / 1765 /1565 (mm)
Distância entre eixos – 2530 mm
Depósito Combustível – 50 L (versão manual 46 L)
Peso – 1461 kg (versão manual 1341 kg)
Performances (dados do fabricante)
Aceleração dos 0 aos 100 km/h – 8,0 seg (versão manual – 7 seg)
Velocidade máxima – 200 km/h (versão manual – 220 km/h)
Avaliação Motor Atual
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Carlos Veiga (2015)
MUITO OBRIGADO PELA DEMONSTRAÇÃO
ResponderEliminarVALEU
Boa noite, estou completamente de acordo com esta apresentação do Juke Nismo RS 4x4 Xtonic não fosse eu dono de um, é uma maquina fantástica!!
ResponderEliminarFrancisco Pires.