22 de março de 2016

Honda Jazz 1.3 Elegance Connect Navi -


Os Automóveis não se medem aos palmos!


A nova geração do utilitário da Honda, o Jazz, apresenta-se agora com umas linhas mais fluidas e limpas, destituídas de tantos ângulos (quase) retos e vincos que caracterizam a versão anterior. 


A herança inconfundível da "família" Honda está bem presente na zona frontal do novo Jazz, no olhar rasgado das óticas, "agarradas" pela grelha "solid swing" que faz parte da assinatura visual dos novos modelos da Honda, numa simbiose entre o dinamismo e futurismo. 



Dinamismo que também é sentido ao longo das sua laterais, cortado depois abruptamente, quase na vertical, pelo portão traseiro, dando-lhe aquele ar de pequeno monovolume tão do agrado das senhoras e que está a "anos luz" da geração anterior.



Basta olharmos para o desenho envolvente e angular dos farolins traseiros, coadjuvados pela presença de um pequeno spoiler que juntos, garantem um ar moderno e fresco, algo que era impossível encontrar no modelo que saiu de cena, de aspeto mais "quadradão".

Mas não é apenas no exterior que este utilitário está diferente. Abrindo a porta somos brindados com um habitáculo que, não nos enganando, é um Honda, transparece uma agradável sensação de sofisticação e espaço.



Sofisticação que nos é transmitida imediatamente pelo novo tablier, painel de instrumentos e no centro, o ecrã de sete polegadas, estão situados abaixo deste, os novos comandos do sistema de ar condicionado, desaparecendo (Aleluia!) aqueles dois enormes e horríveis botões, do modelo anterior. 



É impressionante como num automóvel de quase 4 metros – 3995 mm, sendo 95 mm mais comprido e com mais 30 mm de distância entre eixos que o seu antecessor – vamos encontrar um habitáculo, tão amplo, como neste Jazz, o maior da sua classe. 





Se juntarmos a este autêntico "Open Space", uma bagageira de dimensões generosas e os já famosos "Bancos Mágicos Honda" que agora oferecem 4 configurações diferentes de arrumação, estamos na presença de um veículo do segmento B que faz frente a muitos automóveis do segmento superior, no que diz respeito ao espaço interior e de arrumação. 
O seu habitáculo está recheado de compartimentos  e "buracos" de diversos tamanhos onde, tanto o condutor como os passageiros, podem arrumar os respetivos smartphones, carteira, garrafas de água e tudo o resto, o que torna o pequeno Jazz, na minha opinião, num dos automóveis mais versáteis do mercado.



No que diz respeito aos materiais usados, um textura mais suave, seria bem vinda, tanto na zona superior do tablier como nas zonas inferiores das portas. 
Gostaria que a zona superior do tablier não fosse de plástico tão duro e... "oco", quando lá se toca, transmitindo a sensação que daqui a uns tempos será uma zona de incómodas ressonâncias, algo que apenas o tempo poderá confirmar, ou não.

Mas não é só na versatilidade do espaço interior que o Jazz ganha pontos. 

Também em relação ao equipamento o pequeno Honda deu um grande passo em frente, logo a começar pelo inovador sistema Honda Connect, introduzido pela primeira vez na Europa no Honda CR-V de 2015 e instalado de série no Jazz, nas versões intermédia e superior.
Baseado no sistema operativo Android, o Honda Connect dá-nos acesso rápido e fácil a todas as funções, incluindo navegação na Internet, informações em tempo real sobre trânsito, noticiários e estado do tempo, para além das plataformas sociais e estações de música na internet. 



A sua utilização, que requerer alguma habituação, é feito através do ecrã tátil de sete polegadas, podendo ser personalizado de acordo com o gosto pessoal de cada utilizador acrescentando ainda acesso a outro tipo de funções, tais como por exemplo, a ligação e sincronização de smartphones através do Bluetooth, WiFi, HDMI e MirrorLink.
O Jazz aqui em teste, com o nível de  equipamento "Elegance Connect Navi", que é a versão superior da gama, possui também integrado no Honda Connect, a ultima versão do sistema de navegação da da Garmin, possuindo mapas pré-carregados que podem ser utilizados mesmo em zonas onde não exista a receção de dados móveis, internet. 

Novidade nesta versão é a nova câmara de visualização traseira e que permite três modos: Normal, Wide (alargada) Top Down (de cima), com as imagens captadas pela câmara (de excelente qualidade) a serem transmitidas no, já referido, ecrã de sete polegadas. A câmara projeta guias dinâmicas que indicam a trajetória que o veículo vai assumir com o ângulo atual do volante, facilitando imenso o estacionamento do Jazz, principalmente em lugares muito apertados. 
Aceder ao seu interior é extremamente fácil e rapidamente encontramos a "nossa" posição de condução, com tudo ali ao alcance. 



Olhando para o painel de instrumentos, este é constituídos por três mostradores circulares, sendo o da direita, totalmente digital.
No mostrador central, o de maiores dimensões e que alberga o velocímetro e diversas luzes avisadoras, onde se incluem as de mudança de direção, vulgo piscas.

Quando o "Eco Assist" está ligado – sistema que equipa todos os automóveis da Honda, incluindo o "todo-poderoso" Civic Type R – , a iluminação do mostrador central, altera-se conforme o nível de condução praticado, que vai do verde "Eco" até a um azul escuro, indicador de uma condução mais "gastadora" de combustível, Temos também a dar uma ajuda ao condutor no que diz respeito à altura ideal para se passar de caixa, a ajuda de duas pequenas setas, com a indicação "up" e "down", instaladas no manómetro da esquerda, onde está situado o conta-rotações.

O volante – forrado a pele nesta versão – de dimensões corretas e boa pega, possui comandos que permitem o acesso a diversas informações transmitidas no mostrador digital, situado à direita, no painel de instrumentos. 

Ao centro do tablier, por baixo do ecrã digital vamos encontrar os comandos do sistema de ventilação/ar condicionado que é automático nesta versão.

E chegou a altura de "acordarmos" o motor que neste nível de equipamento é efetuado através de botão, "sistema mãos-livres".



Totalmente novo, o motor "Earth Dreams", é um quatro cilindros com 1318 cc, debita 102 CV às 6000 rpm para um binário máximo de 123 Nm, às 5000 rpm acoplado a uma caixa de seis velocidades, de manejo fácil e de curso curto, com aquele toque "mecânico", tipicamente Honda. Em querendo, pode optar-se pelo Jazz equipado com caixa automática, sistema CVT.

Voltando ao propulsor que é mais leve, possui a nova geração do i-VTEC (Intelligent Variable Timing and Lift Electronic Control - Controlo Electrónico Inteligente e Variável do Comando e Elevação das Válvulas) e injeção de combustível.
Este novo motor de 1.318 cm³ – cumpre o Euro 6 –, é mais leve que a unidade de 1,4 da geração anterior, graças a uma cambota significativamente mais leve (menos 27%) tal como outros componentes, onde se inclui uma coletor novo, fabricado integralmente em resina.



E isto tudo na prática, significa o quê? Significa que estamos na presença de um propulsor bastante superior ao 1.4 cc que equipava a geração anterior do utilitário da Honda. Contudo, estava à espera de... melhor. E a culpa é da caixa de velocidades.

Explicando melhor: o modelo anterior, tinha como "calcanhar de Aquiles" a "alentejanice" do seu motor,ou seja, até era capaz de prestações satisfatórias, desde que puxássemos (muito) por ele. A baixa rotação praticamente não existia e para, por exemplo, ultrapassar, tinhamos quase sempre de baixar até à terceira velocidade, para que, de alguma forma, o Jazz se mexesse.



No novo modelo, já não é assim. O Jazz move-se bem a baixa velocidade, perfeito para os circuitos urbanos com alta densidade de trânsito, não sendo preciso esticar as mudanças, passando de caixa a baixas rotações e mantendo o andamento sem queixumes. 

É no entanto, na transição das baixas para as altas rotações, que o novo Jazz peca por ser algo lento a subir de rotação. 



Mais uma vez, na minha opinião, a culpa é das relações demasiado longas da caixa de velocidades, a partir da terceira velocidade, prejudicando a celeridade necessária quando pretendemos aumentar a velocidade do automóvel algo que, alguns dos seus maiores rivais, conseguem ser (bastante) mais eficazes.
Felizmente, a caixa de velocidades de tacto tipicamente Honda, é uma delicia de ser manuseada o que facilita a vida ao condutor.



Durante este teste e em várias medições que fizemos, com dois condutores diferentes, o Jazz aqui em teste efetuou consumos reais que ficaram balizados entre os 5,4 Litros, condução normal em estrada e os 7,1 em circuito urbano, que podem ser considerados excelentes, devido ao que referi sobre a letargia do propulsor na transição de baixas para altas rotações. 



Relações  de caixa ligeiramente mais curtas, principalmente na terceira e quarta velocidade, melhorariam, ainda mais, os consumos e a progressão do Jazz.

Grande progresso também na forma como este novo Honda encara a estrada, com um pisar mais firme e não adornando tanto como acontecia com o modelo anterior. O "culpado" é o novo chassis, mais leve 12% e possuidor de uma maior rigidez estrutural, contando as unidades destinadas ao mercado europeu com reforços suplementares na carroçaria, tornando o Jazz mais firme, mais ao gosto dos condutores europeus.



A travagem, potente e estável, é assegurada por um sistema com discos dianteiros ventilados de 262 mm na frente e discos sólidos de 239 mm atrás e conta com a preciosa ajuda das ajudas electrónicas – Sistema de travagem anti-bloqueio (ABS), Distribuição electrónica da força de travagem (EBD), Assistência à travagem (BA), Sistema de assistência à estabilidade do veículo (VSA) e Assistente de arranque em subida (HSA) –, aumentando a potência de travagem, contribuindo para uma maior estabilidade . 



Também a suspensão foi melhorada, sendo mais leve e contando agora com novos amortecedores que filtram melhor as vibrações que chegam ao habitáculo tal como a direcção, agora com um módulo SRS flutuante que, atuando como amortecedor dinâmico, reduz as vibrações sentidas no volante. 



Comentário Motor Atual: A Honda esmerou-se com o novo Jazz e o resultado é um automóvel que, além de ser bastante agradável à vista (gostei bastante desta cor, "Azul Brilliant Sporty Metalizado"), devido às suas qualidades no que diz respeito ao conforto a bordo, espaço disponível, equipamento e principalmente versatilidade, o projeta para sensações de condução, apenas sentidos em automóveis do segmento superior. 
O novo Honda Jazz é uma das melhores opção existentes atualmente no mercado, para aqueles que, não querendo ou não podendo adquirir um veículo do segmento C, necessitam de um automóvel que tenha espaço com fartura e seja versátil, sem que tenham de prescindir de um nível de equipamento e tecnologia que até agora faziam parte apenas dos automóveis de níveis superior. 
O Jazz tem isso tudo e é muito charmoso, o que por certo irá agradar muito às condutoras femininas, além de que, devido à sua enorme versatilidade e espaço, é a prova viva, que tal como acontece com os homens, também os automóveis, não se medem aos palmos!

Fatores Positivos:
- Linhas modernas e consensuais.
- Espaço, muito espaço.
- Versatilidade.
- "Bancos Mágicos Honda"
- Equipamento nesta versão  - Elegance Connect Navi
- Agradibilidade e facilidade de condução.

Fatores Negativos:
- Sensações "ocas" da parte superior do tablier.
- Motor preguiçoso nas médias rotações.
- Caixa de velocidades com relações (ainda) demasiado longas.


Classificação Final
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Especificações Técnicas
Motor – 4 cilindros, 4 válvulas por cilindro.
Cilindrada – 1318 cc.
Potência – 102 cv às 6000 rpm.
Binário – 123 Nm às 5000 rpm.
Transmissão – Manual, 6 velocidades.
Direção – Pinhão e cremalheira.
Suspensões
Dianteira – Macpherson.
Traseira – Barra de torção em H.
Travões
Frente – Discos ventilados.
Trás – Discos sólidos.
Pneus
Jantes 15' - 185/60 R15 84 H.
Jantes 16' – 185/55 R16 83H/V.
Dimensões
Comprimento – 3,995 mm.
Largura (com espelhos) – 1694 mm.
Altura – 1550 mm.
Distância entre eixos – 2530 mm.
Bagageira 
Normal – 354 L.
Assentos rebatidos – 897 L.
Depósito combustível – 40 Litros.
Peso (em ordem de marcha) – 1066 kg.
Performances (dados da marca*)
Velocidade máxima – 190 km/h*
0-100 km/h – 11,2 seg.*


Carlos Veiga (2016)

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