1 de fevereiro de 2019

Ensaio - Yamaha X-Max 300


Design & Acabamentos – A nova X-Max 300 segue a linhagem da consagrada "família" X-Max, cujo design atual foi apresentado quando a Yamaha renovou a X-Max 400 que, por sua vez, teve como inspiração a lendária T-Max. Assim, toda a aura desportiva que encontramos nas "Tê", está, de alguma forma, presente em todos os modelos X-Max, desde a 125, até à 400 e como é óbvio, nesta 300.

Se juntarmos ao olhar carrancudo provocado pelas esguias óticas frontais (iluminação "Full Led"), bem integradas na zona frontal da scooter, uma lateral onde está patente – através do desenho "bomerang" dos plásticos que envolve a zona das pernas – a ligação existente entre a X-Max e a T-Max e uma traseira arrebitada e sexy, chegamos à conclusão que estamos perante uma scooter que não está no mercado apenas para ser mais uma entre tantas, destacando-se principalmente devido às suas formas, mas não só.



Também no que diz respeito à qualidade dos materiais e à montagem dos mesmos, a X-Max 300, está, sem dúvida alguma, no pelotão da frente. 
Os "tupperwares", são de ótima qualidade, bem acabados, sem falhas e sem as tradicionais "rebarbas" que encontramos nos plásticos de muitas scooters e motos. 
Tudo está encaixado de forma sólida, o que é a garantia de muitos e bons quilómetros sem ruídos ou vibrações parasitas e destaque também para a qualidade do assento.



Apenas uma nota negativa: não sei se devido às formas bicudas do "letring" X-Max existentes nas laterais da scooter ou à pouca qualidade da cola usada na colocação das mesmas, uma das pontas descolou com grande facilidade quando lhe passei um pano por cima para retirar o pó, para preparar a scooter para as fotos.

Equipamento & Ergonomia –  Fazendo parte da nova geração de scooters, a X-max 300 é uma scooter muito bem equipada, logo a começar pelo excelente sistema "Smart Key" ("chave mãos-livres") – derivado da T-Max –,  que tem um funcionamento exemplar. 



Através do comutador central, situado por debaixo do guiador, dá-nos acesso a diversas funções, tais como: colocar o motor em funcionamento, abertura do compartimento onde está situado a tampa do depósito de combustível, abertura do assento, tranca da direção, que também fecha automaticamente um dos dois compartimentos de arrumação (situados, um de cada lado do guiador, mesmo à frente do condutor), entre outros.



Gostei bastante do painel de instrumentos e principalmente da sua fácil leitura, com dois mostradores analógicos – velocímetro e conta-rotações, de excelentes dimensões – e, no meio destes, um ecrã LCD, também de generosas dimensões, que permite aceder, de forma prática (através de um comutador, situado no punho direito, junto ao acelerador), a "resmas" de informações. 



Original e eficaz é a forma como, através deste mesmo comutador, temos acesso às informações que estão divididas entre a zona superior e inferior do ecrã, conforme carregamos no comutador ou... o puxamos para fora! Bem pensado!
Ok, falei em informações, resmas de informações, paletes de informações e afinal de contas... quais são essas informações? Resumindo… Tudo o que nos interessa saber sobre o funcionamento da scooter! Assim, se nas extremidades temos os marcadores do combustível e da temperatura do motor, no centro, temos acesso aos odómetros, total e parcial, consumos intantâneo e médio, horas de funcionamento, aviso de revisão/mudança de óleo/ mudança de correia de transmissão, temperatura do ar, relógio, controlo de tração (TCS), entre outras. Ou seja… informações, até mais não!




Continuando no equipamento, é importante destacar o espaço de arrumação (item onde as X-Max sempre arrasaram a concorrência) existente debaixo do assento com capacidade para albergar, à vontade, dois capacetes integrais (desde que não sejam de cabeçudos como eu ou com apêndices aerodinâmicos de tamanho XXL!) e mais alguma coisa!

Em relação à ergonomia, realça-se, pela positiva, o facto de, apesar de parecer alta, ser acessível a quase todas as "pernas". Não é muito larga e, por ser bem equilibrada e não muito pesada, é fácil de manobrar, mesmo com o condutor sentado nela.

Seguimos bem sentados, tanto condutor como passageiro, sendo o assento espaçoso e confortável e a posição de pernas adequada ao uso citadino. Aqui, notei falta do "esticar as pernas", pois apesar de o poder fazer, o certo é que as duas plataformas existentes para colocarmos os pés, lá mais à frente, estão sobre-elevadas, o que se torna desconfortável ao fim de pouco tempo. 

Por isso, acabei por optar andar quase sempre com as pernas na posição normal, "sentado", ao invés de ter as pernas esticadas, o que é pena, pois é algo que aumenta substancialmente o conforto a bordo de uma scooter, principalmente quando efetuamos percursos mais longos.

Viajamos razoavelmente protegidos pela pára-brisa que, apesar de ter duas posições, obriga o uso de ferramenta sempre que queremos subir ou descer, o que não se revela prático. Assim, é preferível deixá-lo na posição mais elevada e esquecer que existe a outra, mais baixa.


Motor & Consumos – A X-Max 300 é propulsionada por um novo motor, de tecnologia "Blue Core" – sistema de válvulas variáveis que, segundo a marca, melhora consideravelmente o rendimento do motor e diminui os consumos –,  que debita 28 cv às 7250 rpm, oferecendo 29,0 Nm de binário máximo, às 5250 rpm. E o que significa isto na prática?

Para começar e ao ralenti, chegam-nos algumas vibrações que, apesar de poderem ser consideradas normais, penso que deveriam ser mais contidas e que se mantêm ao longo da faixa de rotação. Nada que incomode mas... podia ser melhor.



Iniciando a marcha, sobressai imediatamente a facilidade de condução da X-Max, não sendo preciso muito tempo para nos sentirmos em casa.

Muito ágil em cidade, esta 300 da Yamaha é, acima de tudo, uma scooter muito divertida de se conduzir, principalmente devido à forma como passa nos meio dos carros, por muito juntos que estes estejam, rivalizando, sem dúvida alguma com a mais pequena Nmax 125. 



Neste campo, com a vantagem de irmos sentados mais altos e tendo, por isso, um campo de visibilidade mais amplo, o que contribui sobremaneira para uma condução mais eficaz e segura.

Agora, algo que me deixou bastante surpreendido pela positiva, foi o arranque "supersónico" desta scooter! Simplesmente fantástico! Esta scooter nos semáforos é um tiro! Pelo que me lembro em todos os semáforos em que arranquei, deixei sempre tudo e todos para trás! 
Assim, não tenho dúvida alguma em classificar a X-Max 300 como a Rainha dos Semáforos! 
Nem mesmo a 400 tem este poder de arranque, pelo menos nas primeiras dezenas de metros e, sinceramente, duvido que na classe das 300, haja pelo menos quem faça igual.

Nota: brevemente também irei testar a Honda Forza 300 e aí ficarei com a certeza de qual é a 300 mais rápida!

Mas não é só na cidade que os 28 cv da X-Max 300, surpreendem. Em estrada aberta, a resposta é sempre convincente e rápida, tanto nas recuperações e/ou ultrapassagens, como a manter o andamento, independentemente de circularmos por estradas planas ou com maiores elevações.



Circulando em estrada, principalmente quando esta é sinuosa e no andamento mais rápido permitido pelo motor, é que sentimos aquele que, porventura será o ponto mais negativo da Yamaha X-Max 300: a travagem.



Tentando explicar melhor, se numa primeira fase a travagem parece ser suficiente, quando necessitamos que esta seja mais contundente e apertamos as manetes com mais força (por exemplo, numa chegada mais rápida a uma curva ou à traseira de um carro), sente-se um prolongar da travagem, mais do que seria desejado, até porque tanto o motor como a ciclística permite, sem dúvida alguma, uma condução mais arisca.

Que saudades que eu senti dos dois discos dianteiros da X-Max 400...



Já que falei da irmã "mais velha" , tenho também de dizer o seguinte sobre a mais nova: apesar de manter a tradicional dureza das suspensões da família X-Max é, incomparavelmente, mais confortável que a 400! Sim é rija e quando o estado do piso não é o melhor isso ressente-se nas nossas costas, mas nada que se compare com o "cepo" que é a X-Max 400!

Experimentem as duas scooters e depois tirem as vossas próprias conclusões! Seja em que circunstância for, o trabalho efetuado pelas suspensões da X-Max 300 é sempre bastante melhor. E se falarmos em autoestrada, não existe comparação possível!

Tal como referi quando testei a 400, acima dos 120/130, a direção começa a ficar muito leve e nervosa... e quanto mais aumentamos a velocidade, menos segurança transmite a quem a conduz. O melhor é mesmo diminuirmos a velocidade e... não inventarmos, pois mesmo à vista desarmada, dá para perceber que o motor e aquele escape tamanho XXL, em nada contribuem para a repartição ideal de peso.

Já na X-Max 300, que diferença! Mesmo de acelerador a fundo (150 km/h de velocidade máxima em reta!), a 300 segue impávida e serena, mostrando um comportamento dinâmico muito melhor que a 400!



Tanto em estrada como em autoestrada, sentimos que as pernas vão menos protegidas do vento e que os espelhos retrovisores, apesar de estilosos, deveriam ser maiores.
Em cidade faz falta o travão de parqueamento, equipamento que deveria equipar todas as scooters e que apenas equipa as de maior cilindrada. É pena...



Quanto aos consumos, mostraram ser bastante razoáveis, ficando entre os 3,2 litros numa condução calma; 3,5 na cidade, com muito trânsito (e a dar umas belas "bigodaças" nos semáforos às outras scooters e motos!) e uns muito bons 3,9 litros, a fundo, terminando o ensaio com uma média de 3,5 litros por cada 100 quilómetros percorridos.



Conclusão Motor Atual – Apenas isto: coloquem as X-Max 300 e 400, lado a lado e digam-me para escolher uma. Conseguem adivinhar, qual seria a minha escolha? Pois, está claro! A mais pequena, sem sombra de dúvida!

Fatores Positivos:
- Design
- Qualidade dos plásticos e montagem;
- Painel de instrumentos completo;
- Facilidade de acesso à informação disponibilizada pelo computador;
- Espaço de arrumação debaixo do assento;
- Motor enérgico e voluntarioso, muito rápido nos arranques.

Fatores Negativos:
- "Esticar" as pernas, torna-se desconfortável ao fim de poucos quilómetros;
- Qualidade (e formato) do "letring" X-Max;
- Vento na zona das pernas;
- Suspensão rija (mesmo sendo bastante mais confortável que a X-Max 400);
- Travões em condução mais agressiva. 


Avaliação Final
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(7,5 pontos, em dez possíveis)
  
Especificações Técnicas
Motor  Monocilíndro a 4 tempos, refrigeração líquida;
Cilindrada  292 cc;
Potência  28 cv às 7250 rpm;
Binário  29,0 Nm às 5250 rpm;
Alimentação – Injeção;
Transmissão  Automática, correia trapezoidal
Dimensões
Comprimento  2,85 mm
Largura  775 mm
Altura  1,415 mm (Para-brisa, posição mais elevada  1,465 mm)
Altura do assento  795 mm
Distância entre eixos  1,540 mm
Suspensão
Dianteira  Forquilha telescópica (curso 110 mm);
Traseira – 2 amortecedores reguláveis (curso 79 mm);
Travões
Dianteiro – Disco (267 mm);
Traseiro  Disco (245 mm);
Pneus
Dianteiro  120/70 15
Traseiro  140/70 14
Depósito Combustível  13 litros
Peso – 179 kg

Carlos Veiga (MotorAtual2019)

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